sábado, 14 de outubro de 2006

Do que me faz chorar...

Queridos

Todos nós, andando pela estrada da vida, descobrimos paisagens, flores, mensagens, que nos chegam de modo especial, único... Um riacho a correr nunca se repete.
Teu dia, hoje, também não. É único e especial, como as pessoas que irão te encontrar.

Nessas minhas andanças, descobri uma história.
Sinto-me como quem te pedisse para parar um pouco e olhar uma paisagem que acabei de descobrir. Talvez tu já conheças, e ainda assim desfrutes... Talvez tu não consigas ver da forma que eu vi... Talvez tu sorrias da minha ingenuidade, conhecendo ainda muito mais... Que importa?

Vamos ser felizes?

"A tigela de madeira

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos.
As mãos do velhinho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
- "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho.
- "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha.
Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
Desde que o velhinho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino de 4 anos assistia a tudo em silêncio.
Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
Ele perguntou delicadamente à criança: - "O que você está fazendo?"
O menino respondeu docemente: - "Oh, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer." O garotinho sorriu e voltou ao trabalho.
Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite, o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.
Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.



Aprendi que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor.

Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa, pela forma como ela lida com três coisas: um dia chuvoso, uma bagagem perdida e os fios das luzes de uma árvore de Natal que se embaraçaram.

Aprendi que, não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.

Aprendi que "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa que "saber viver".

Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance.

Aprendi que viver não é só receber, é também dar.

Aprendi que se você procurar a felicidade, vai se iludir. Mas, se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.

Aprendi que sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto.

Aprendi que quando sinto dores, não preciso ser uma dor para outros.

Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém. As pessoas gostam de um toque humano segurar na mão, receber um abraço afetuoso, ou simplesmente um tapinha amigável nas costas.

Aprendi que ainda tenho muito que aprender.

As pessoas se esquecerão do que você disse... Esquecerão o que você fez...

Mas nunca esquecerão como você as tratou."

(Desconheço o autor).

Beijos nas brisas
Meu carinho

Carla

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Sobre nós mesmos

"Nosso modo de pensar atrai nossas experiências, pois pensar é um contínuo ato de escolher. Evitar não pensar é também uma escolha; portanto, somos nós que fabricamos as fibras que confeccionarão a textura da nossa existência.
"Quando selecionamos um determinado comportamento, cujo resultado é possível prever, estamos também escolhendo esse mesmo resultado e, obviamente, devemos aceitar a responsabilidade de tal fato.
"Somos responsáveis pela maneira como nos relacionamos com as pessoas, isto é, cônjuges, fihos, parentes, amigos e conhecidos, porque, certamente, ninguém nos obriga a agir desta ou daquela forma, mas, se assim acontecer, é porque nós mesmos cedemos diante da exigência dos outros.
"Considerando que nossas atitudes são como grãos de areia, repetindo-as, com certa regularidade, criaremos pequenos montes. Tudo se inicia com diminutos grãos de areia. Inicialmente, formam uma colina, logo depois, um morro e, com a constante repetição dessas mesmas atitudes, erguem-se enormes montanhas e, finalmente, uma cordilheira.
"Somos responsáveis por tudo o que experimentamos em nós mesmos; enfim, criamos nossa própria realidade."

Hammed

Este texto continua.
Faz parte do livro As dores da alma, minha leitura atual.

Só este trecho, porém, já dá muito o que pensar.
Aliás, pensar...
Infinitas possibilidades... grãozinhos de areia que elegemos...

"Misericórida quero, e não sacrifício..." (Mt, 9:13)

Tanto o que refletir...

Brisas doces de harmonia e paz!
Meu carinho.

Carla

domingo, 17 de setembro de 2006

Uma prece

"Agora, mesmo que eu esteja calado, sem que emita qualquer som, minhalma se encontra cantando.
A tua melodia ressoa nas cordas sensíveis da minha emoção e a música da ternura inunda meus minutos com festa, impedidno que a tristeza habite na casa do meu coração.
Aprendo a escutar todos os murmúrios que exaltam a vida e que antes, na balbúrdia da minha inquietação, passavam despercebidos.
Quem te ouve uma vez, nunca mais deixa de escutar-te, impregnado pelo teu canto que se faz a voz de todas as vozes silenciosas."

Rabindranath Tagore

Caminhando a passos largos pela bosque dos dias
Ouço vozes cariciosas convidando-me ao sol, à luz!
Guizos em meus pés, sou toda adoração!
Piso delicada e descalça por esses caminhos verdes
Sinto-te presente, revitalizando-me!
Sinto-me tão criança, ao sorrir...

Inspira-nos, Pai querido de todos nós
A aproveitarmos esses breves momentos de vigília
Para fazermos felizes e sermos felizes
Espalharmos o bem!
Sustenta nossa coragem, nossa fé, nosso amor!
Obrigada, Senhor!

Brisas

Carla

domingo, 10 de setembro de 2006

Proeza

Há muito tempo atrás, em outra versão deste blog, falei sobre os algozes e vítimas...
Como vamos mudando de posição ao longo da vida!
Ideal é não ferir, nem se deixar ferir, perdoando sempre, indo além!
Há mais tempo ainda, num exemplar de O Evangelho Segundo o Espiritismo que carregava na bolsa, para ler nos intervalos entre trabalho e faculdade, escrevi, para me lembrar, assim: "(...) procurando não ferir meus semelhantes e tendo paciência quando contrariada e buscando as causas de minhas contrariedades para localizar os defeitos que devo extirpar."

Era tão radical e tão simplista!

Estamos aprendendo, pouco a pouco, já que uma das leis da vida é a lei de progresso.
Inevitável, portanto, essa conquista do espírito.

No meio-tempo entre a ferida aberta e o bálsamo, entre o sol e a tempestade, no tal instante do amadurecimento, encontrei uma mensagem que, naturalmente, soou diferente hoje para mim.

Palavras de Emmanuel, que divido com vocês.
Ei-la:

PROEZA


Existe na paciência determinado ápice, às vezes, pouco lembrado.

Efetivamente, é com a paciência que se ouvem acusações indébitas, sem reações violentas; que suportamos as vicissitudes da existência, sem nos queixarmos; que se toleram as ironias e os sarcasmos dos adversários gratuitos; que se atravessam com serenidade os espinheirais da incompreensão que se desenvolvem nos entes mais caros; que se agüentam injúrias e pedradas do desequilíbrio e da ignorância que ainda governam muita gente no mundo.

A paciência, em verdade, é a força que nos assegura a calma e o discernimento nas horas amargas; no entanto, é justo lembrar que tão-só na paciência encontramos a proeza de saber alguém humilhar-se e esquecer-se, chorar e sofrer, perseverar no bem e sustentar-se na luz do amor ao próximo, apesar de todas as vicissitudes da vida e continuar trabalhando e servindo sem reclamar.

Psicografado por Francisco Cândido Xavier, do livro Luz e Vida.

Continuar!
Viver!
Ir!

Brisas amenas nesta semana de tantas lembranças!
Beijos carinhosos de flores!

Carla

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Das alegrias

Nesses dias, tenho sentido tanta paz...
De repente, as letras das músicas da Rita Lee começaram a fazer tanto sentido!
Ando meio corpo presente, alma distante!

E desisti de ficar chorando.
Hoje, quando a coisa aperta, acabo mesmo é rindo... de nervoso, mas rindo!
Tão gostoso rir!

Tão bom a gente envolver olhares ansiosos em olhares carinhosos!
Tão bom fazer carinhos com a voz em forma de gentilezas!

Difícil é ser durona, chamar a atenção... Mas faz parte do aprendizado.
Faz parte até do gostar.

Das frases muitas que tenho recebido dos amigos, destaco:

"Essa é a verdadeira chave para a vida: se modificares a tua mentalidade, tuas condições se modificarão também - teu corpo irá modificar-se; tuas atividades rotineiras irão modificar-se; teu lar irá modificar-se; toda a tônica da tua vida irá modificar-se - pois o estares feliz e contente ou deprimido e infeliz, depende inteiramente do tipo de alimento mental de que te nutres." Emmet Fox

Com todos os votos para que tudo corra bem com a Cris amanhã!
Meus pensamentos de paz para a Vivi...
Luzes e flores para todos!

Amor
Para meu amor!

Brisas!
Carla

terça-feira, 29 de agosto de 2006

A canção do amor

Queridos

Recebi esta mensagem de um amigo, e, mesmo conhecendo o final, me emocionei novamente...
Como é bom descobrir em nós essa capacidade de se emocionar!
Releiam, ou, conheçam pela primeira vez...

"Quando Karen, como qualquer mãe, soube que um bebê estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a se preparar para a chegada.

Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga de sua mãe. Afinal, ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer.

A gravidez se desenvolveu normalmente.

No tempo certo, vieram as contrações. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contração.

Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas. Enfim, depois de muito tempo de sofrimento a irmãzinha de Michael nasceu. Só que ela estava muito mal.

Com a sirene no último volume, a ambulância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do hospital Saint Mary.

Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais para se prepararem para o pior. Haviam poucas esperanças. Karen e seu marido começaram, com muita tristeza, os preparativos para o funeral.

Há apenas alguns dias antes estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebê. E agora, os planos eram outros.

Enquanto isso Michael pedia todos os dias aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha.

"Eu quero cantar pra ela", dizia.

A segunda semana de UTI entrou e não se sabia se o bebê sobreviveria até o fim dela.

Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para sua irmã, mas crianças não podiam entrar na UTI.

Mas a mãe, Karen, decidiu: levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva.

Ela vestiu Michael e rumou para o hospital. A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insistiu: "ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!"

Diante da insistência e sofrimento daquela mãe, a enfermeira levou Michael até à incubadora.

Ele olhou demoradamente para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida e, depois de alguns minutos, começou a cantar com sua voz infantil:

"você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro..."

Naquele momento, o bebê pareceu reagir. A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando.

E ele prosseguiu: "você não sabe, querida, o quanto eu a amo. Por favor, não leve o meu sol embora..."

Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebê foi se tornando suave. "continue, querido!", Pediu Karen, emocionada.

E Michael sussurava baixinho: "outra noite, querida, eu sonhei que você estava em meus braços..." O bebê começou a relaxar. Michael cantava. A enfermeira começou a chorar.

"você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro...por favor, não leve o meu sol embora..."

No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha se recuperado e em poucos dias foi para casa.

O Woman's Day magazine chamou essa história de "o milagre da canção de um irmão". Os médicos chamaram simplesmente de milagre. Karen chamou de milagre do amor de Deus.

***

O amor é a presença de Deus no coração das criaturas. É força incrivelmente poderosa, capaz de modificar as situações mais difíceis.

Quem ama, envolve a pessoa amada em suave bálsamo perfumado que penetra e alivia as dores, os medos, a insegurança.

O amor fortalece a confiança, faz florescer a esperança, renascer a alegria, ressurgir a felicidade.

(Texto do Momento Espírita ).

Obrigada pela canção de amor que ouço...
Que as brisas levem minha canção para vocês!
Meu carinho

Carla

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Do paraíso...

Aos primeiros acordes desta música no rádio, trocava de estação...
Nem sabia que era a Marisa Monte quem cantava!

Mas dia chegou em que, querendo ou não, tive que ouvir, com toda calma, essa melodia, essa letra. Que bom! Que presente!

Por que privei-me tanto tempo desta felicidade?
Não sei ainda responder.

Mas, se me permitem, quero repartir com vocês esse presente: ei-lo!
Desfrutem!


Vilarejo

Composição: Marisa Monte, Pedro Baby, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda,
Quem descansa
Vê o horizonte
Deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis,
Lares de mãe
Paraíso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutos em qualquer quintal
Peitos fartos,
Filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas
Ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos,
Os vestidos,
Os destinos
E essa canção

Tem um verdadeiro amor
Para quando você
For...



Brisas brilhantes
Voam, voam, voam...
Saudades levantando cortinas de renda
O sol, as flores
Nossa casa
E os sorrisos!

Beijinhos

Carla

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Das palavras certas

O trabalho tem sido fonte de desafios...
Passeio entre fazer as coisas corretas e fazer corretamente as coisas.

Hoje me descobri um dogue alemão em loja de cristais...
Escrevi uma resposta para um fornecedor, carregando nos termos e questionamentos, "rascante"!
E ainda bem que não sou eu quem fala diretamente com ele.
Tive oportunidade de ver o filtro, o texto reescrito com diplomacia desconhecida pra mim...

Bah!
Ou antes, ouça-se aqui o amortecer do mais precioso vaso de cristal...


Que coisa linda, que texto primoroso: tudo o que eu queria dizer de uma maneira polida, mas não menos contundente. Dando o recado e ainda deixando o outro numa tal situação que nem raiva eles poderiam sentir!

Vou aprender a escrever assim
A falar assim
A pensar assim!

Esse jeito de ser revela o profundo respeito pelo outro, sem perder o respeito por si mesmo.

Equilíbrio!

Que bom que Deus me permite perceber estas coisas!
Agora quero aprender.

Beijos e boa semana!

Carla

domingo, 30 de julho de 2006

Sonhos, planos, metas

Acabei de ler um livro que fala sobre estabelecimento de metas (e cumprimento das mesmas...)
O velho e bom PDCA, com outra roupagem!
O autor, agora, focaliza também uma parte religiosa, na parte "mundana". E convida ao estabelecimento de metas para daqui a um ano, cinco anos e para a vida!

Adoro escrever planos! Desde 90 e poucos escrevo em minha agenda o que pretendo atingir no ano. Já passei por tantas fases... Descobri que precisava quantificar. E ficava na encruzilhada de como quantificar o quanto mais humilde eu me tornei (era uma das metas)...

Esse ano já realizei o mestrado. Tudo ficou meio parado para a concretização desta meta. Afastei-me de muitas atividades e pessoas por conta deste objetivo. Cumprido! Eh!


E agora?

Tenho dois outros planos grandes para esse ano ainda.
Estão meio nebulosos em termos de prazo e etapas.
Isso me angustia e é um sumidouro de energia!

Tenho fé, no entanto.
Lembro de tantas vitórias já alcançadas em sonhos até mais impossíveis!

Ventos do sul!
Se pudesse brincar de magia, lançando novamente minhas palavras ao vento
Como posso...
Meus dois objetivos traçados nas nuvens
Escritos na água
Desenhados nas estrelas
Grafados em meu coração
Tão certos, tão certos!

Que sei que chegarão
Como tu chegaste!

Brisas amenas sobre todos!

Carla

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Rendas de amor

Amado

Eis que recebi tuas mensagens...
Não cabem mais em poucas letras e em espaços diminutos tudo o que quero te dizer...
Rendas...
Tecidas delicadamente, em desenhos bonitos
Envolvendo flores, envolvendo corações,
Nossas emoções, nossos sonhos!
Rendas teço, amado, fios de luzes
Fios de amor tão suaves, feito nuvens
Feito azul de céu brilhante
Feito luz do sol!

Quando brincas comigo... ah! Que alegria!
Três mensagens!
Três palavras!
Delicadezas...

Fios que se compõem em desenhos
Rendas...
Estesia!
Felicidade!



Amado, obrigada!
Sopro doce e sorridente essas palavras
Poeirinha de luz perfumada
Sobre teu coração
Iluminado de amor!

Eu te amo, Hendrio!

Brisas,
Carla

sábado, 8 de julho de 2006

Lucubrando...

"Todo intercâmbio entre as almas está em constante processo de renovação no sustento da marcha evolutiva de todos." André Luiz

Almas vibram.
E vibrando, se buscam.
E por buscarem-se, encontram-se.
Intercâmbios, conhecimentos, descobertas...
Olhos de ver, ouvidos de ouvir (será que tenho realmente prestado atenção?)
Almas vibram.
Faixas baixas, faixas altas.
Vibrando diferentemente, buscam-se matematicamente pelo Universo, independentes de distância e tempo.

Intercâmbios.
Nem sempre felizes.
Marcas ou lembranças, como quisermos chamar o produto dessa reação irreversível.

Constante processo de renovação.
Renovar é tornar a buscar algo que nos faça melhor.
Constantemente.
Mas, será então que estariam fadadas ao fim todas as relações?
Porque almas vibram, nem todo tempo em uníssono...
E belíssimo é imaginar a sobreposição de vibrações, que nunca são idênticas, mas harmônicas!
Será assim então, cada um com sua vibração específica, harmonizando-se em cada novo meio em que se encontra?
Almas vibram e buscam-se.
Encontram-se e interagem.
Marcam-se indelevelmente. São livres!
Quanto mais amor, mais livres... E mais harmônicas.
E mais unidas!

Sustento da marcha evolutiva de todos.
Somos mais que vibrações, porque as emitimos.
E podemos alterar freqüências a bel prazer, quase... se tivéssemos noção!
Como influenciamos os demais!
Como nos deixamos influenciar!
De onde vem nosso sustento?
Desse intercâmbio de almas, que por vezes nos faz até esquecermos de Deus, de nós mesmos, de todos?

É fato que as almas se buscam e é infinita a alegria quando encontramos alguém vibrando conosco.
É fato que nos alimentamos desse intercâmbio, sedentos e famintos, muitas vezes, drenando ou doando energias preciosas a quem se afina conosco.



O que temos dado hoje, pelas nossas vibrações?
O que temos buscado e recebido?
Rosas ou espinhos?

Beijos e flores todas
Nas brisas...

Carla

sexta-feira, 30 de junho de 2006

Sobre essa semana...

A cada passo, a cada dia
Quando paro pra pensar
Como surpreendo-me!
E me pego sorrindo como quem começa a entender
O olhar arregalado de quem acabou de perceber
E o coração não consegue sofrear o "-ah!"

Mas fico quietinha
Vivi tantas coisas esta semana que me valeu por anos...
Gostei de agradecer a Rosilda e a Vera
E quando li o que escrevi, senti um tom de despedida
Estranho pensar que estamos sempre nos despedindo
Boa a sensação de dever cumprido!
Maravilhoso agradecer,
Como fonte que transborda
Ou ramo que floresce...

Tenho olhado pra mim e visto os outros me olharem
E confundido muito os olhares todos
Tanta gente me diz que não existo - na melhor das intenções -
Que fico assim pensando se estou mesmo aqui.

Pensar como quem anda - nos diz Pessoa

Vou andando, então!
Quero ares novos, frios!
Quero estar contigo, quero o idealismo
Quero o sonho
Quero a vida!

Tenho tanta coragem que me espanto!
Olho de novo e Te sinto, conduzindo tudo.
Sorrio, como quem compreende
Sem, na verdade, entender plenamente.
Confio.
E peço a Ti ser paciente e precisa
Estar em sintonia fina...

Flores aos montes
Em pétalas cheirosas e coloridas
Sobre teu coração!

Brisas

Carla

terça-feira, 27 de junho de 2006

Tecido sutil

Teço interminavelmente
Essas linhas prateadas ao vento...
Parece ser sempre entardecer!
O prelúdio de uma noite que não chega...
Haverá estrelas? Minuanos?

Teço interminavelmente
Lembranças felizes de sorrisos
Migalhas recolho, aqui e ali
Fui feliz? Fui feliz!

Qual a sensação que se sente à beira de um rio?
Eu já senti tristeza e abandono...
Já senti que tudo passa, mas a gente quer segurar
Já senti amigos com flores chegando...
À beira do mesmo rio onde joguei a chave do meu coração
E descobri que eu mesma teria que mergulhar pra me salvar!

Teço fios de água prateados ao luar
Fios que me escapam, que escorrem e levam
Teço interminavelmente para aprender
A não mais esperar

Que seja, então!
Dos fios tecidos, sopros de esperança a brilhar
O encanto do amor é resistir ao dia-a-dia
Com viço de sempre querer desabrochar de novo.
Banho-me em lágrimas que me lavam a alma
Brilham estrelas no olhar

Diviso, enfim!
Sol distante... a noite passa, a noite passa...
Brisas se sentem à beira dos rios
Sentadas, sentidas, sorrisos, margaridas
Vidas tantas, vidas!
Bem vividas
Hão de tornar-me novamente feliz!

Beijos nas brisas
Meu carinho


Por de sol no Guaíba


Carla

domingo, 25 de junho de 2006

Agradeço, Senhor!

(poema de Maria Dolores)



Agradeço, Senhor
Quando me dizes "não"
Às súplicas indébitas que faço,
Através da oração.

Muitas daquelas dádivas que peço,
Estima, concessão, posse, prazer,
Em meu caso talvez fossem espinhos,
Na senda que me deste a percorrer.

De outras vezes, imploro-te favores,
Entre lamentação, choro, barulho,
Mero capricho, simples algazarra,
Que me escapam do orgulho...

Existem privilégios que desejo,
Reclamando-te o "sim",
Que, se me florescessem na existência,
Seriam desvantagens contra mim.

Em muitas circunstâncias, rogo afeto,
Sem achar companhia em qualquer parte,
Quando me dás a solidão por guia
Que me inspire a buscar-te.

Ensina-me que estou n lugar certo,
Que a ninguém me ligaste de improviso,
E que desfruto agora o melhor tempo
De melhorar-me em tudo o que preciso.

Não me escutes as exigências loucas,
Faze-me perceber
Que alcançarei além do necessário
Se cumprir meu dever.

Agradeço, meu Deus,
Quando me dizes "não" com teu amor,
E sempre que te rogue o que não deva,
Não me atendas, Senhor!...

Brisas

Carla

domingo, 18 de junho de 2006

Da realidade

Tu me sentes, amado, andando pela nossa casa...
Porque eu estou mesmo deslizando em nossos corredores, te buscando!
Tu me sentes, a cada noite, aconchegada em teu abraço!
E tu velas meus sonhos mais secretos, meus sorrisos!
Desperto feliz ao ver teus olhos!
Que é o frio, o tempo, a hora, a noite, o vôo, o emprego?
O que é
É nossa casa, os sonhos, a kalanchoe florindo rosa na sala, lançando raízes novas!
O que é
É o cheiro de orquídea e de café quentinho, de churrasco pela janela...
O gosto do chimarrão forte e da polenta, o vinho...
Teus olhos brilhando...
Meus sorrisos

Nossas mãos entrelaçadas nessas despedidas
Que juramos ter forças para enfrentar...

E já não sei se estou ouvindo ou desejando
Ou vendo, como te vejo claro em nossa casa,
Sair de manhã contigo para o trabalho,
Voltar e te receber em casa...

Já vou, amado...
Tu sabes que já vou já...


Um beijo
em cada brisa!

Carla

terça-feira, 13 de junho de 2006

Sonha!

Queridos!

Sobre a vida e os sonhos, um soneto de Bilac e alguns pensamentos...


Imagem do site de Josephine Wall

Vive, como quem sonha a vida inteira,
Uma paisagem primorosa e bela,
Como um céu safirino que se estrela
De luz e que essa luz toda te queira.

Vive como quem sonha, rindo à beira
De um lago azul, mirando a caravela
Da esperança, suavíssima e singela,
Nosso amparo na mágoa derradeira
.

Converte em canto as tuas agonias,
Pois que outra vida além da morte espera
Todos os seres, todas as criaturas!

A fé clareia as noites mais sombrias,
Fazendo-te entrever a primavera
Que despetala flores nas alturas.

(do livro: LIRA IMORTAL, psicografado por Francisco Cândido Xavier)



"Os sonhos não determinam o lugar aonde vamos chegar, mas produzem a força necessária para tirar-nos do lugar que nos encontramos.

Sonhos são mais que desejos.

Um sonho é um projeto de vida.

Resiste aos problemas, pois suas raízes se nutrem nos mananciais profundos da personalidade.

Pense nisso!"

Esse texto veio daqui!

Brisas perfumadas sobre os sonhos e as esperanças!
Dias de sol em seus corações!

Carla

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Debugar

Como se traduz "debug"?
Independente do como dizer, é preciso fazer!



Eu mereço ser feliz, eu mereço ser feliz, eu mereço ser feliz!
Hoje, imediatamente, do jeito que sou e com os que estão a minha volta.

Já escrevi poemas tristes de uma espera sem fim.
Esperava por mim. Quanto mais esperar?

Pois bem, cheguei!

Um beijo, amado!
Feliz dia dos namorados, namorado querido!
Gratidão em flores perfumadas de luz
Nas brisas!

Carla

sábado, 27 de maio de 2006

Sobre o casamento

Queridos!

Achei este texto de João Batista Armani, do qual transcrevo alguns trechos interessantes...


Para o Espiritismo, o casamento se concretiza pelo compromisso moral dos cônjuges e é assumido perante o altar da consciência no Templo do Universo. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.

Casar é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges.




(...)

Os cônjuges, em sua grande parte, não percebem que na associação conjugal, uma alma não se funde a outra; assim, permanecerá cada qual com seus gostos e seus desgostos, caminho afora.

Casar quer dizer adaptar-se ou ajustar-se. Casar é ter os mesmos ideais, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos e as mesmas aspirações.




(...)

É preciso praticar a caridade no lar para salvar o casamento. A meditação, a oração em conjunto, a procura do bem em toda parte, auxiliarão a paz no lar. Poderíamos defini-la como uma ginástica diária, onde os principais exercícios são: perdão, tolerância, atenção, respeito e renúncia.

O perdão é o treino da compreensão. Se procurarmos compreender o familiar, sem o vinagre da crítica, identificaremos em seus momentos menos felizes a simples exteriorização de conflitos íntimos em que se debate, e não nos magoaremos.

A tolerância é o treino da aceitação. Cada ser humano está numa faixa de evolução. Não podemos exigir mais do que cada um tem para dar. E ninguém é intrinsecamente mau. É preciso lembrar ainda que as pessoas tendem a comportar-se da maneira como as vemos. Estar sempre apontando defeitos é a melhor maneira de fazer estes defeitos crescerem. Identificar pequenas virtudes é uma forma de desenvolvê-las.

A atenção é o treino do diálogo. Quando os componentes de uma família perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa o lar. É preciso saber ouvir, dar atenção ao que dizem os familiares e, principalmente, reconhecer que nos momentos de divergência, eles podem estar com a razão.

O respeito é o treino da educação. É grande o número de lares onde as pessoas discutem, brigam, xingam-se e até se agridem, gerando uma atmosfera psíquica irrespirável que torna todos nervosos e infelizes. O problema é falta de auto-educação, a disciplina das emoções, reconhecendo que sem respeito pelos outros caímos na agressividade.

A renúncia é o treino da doação. Há algo de fundamental para nós, sem o que nossa alma definha. Chama-se amor! Quantos lares estariam ajustados e felizes; quantas separações jamais seriam cogitadas, se num relacionamento familiar, pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs transmitissem carinho com mais freqüência àqueles que habitam sob o mesmo teto: “Sabe, eu gosto de você!” Há muitas maneiras de dizer isso:

um bilhete singelo,
a lembrança de uma data,
o elogio sincero,
o reconhecimento de um benefício,
a saudação alegre,
a brincadeira amiga,
o prato mais caprichado,
o diálogo fraterno,
o toque carinhoso...

Tudo isso diz, na eloqüência do gesto, que gostamos do familiar. Não há nada mais importante em favor da harmonia doméstica. Para tanto é preciso que aprendamos a renunciar. Renunciar à imposição agressiva de nossos desejos; renunciar às reclamações e cobranças ácidas; renunciar às críticas ferinas; renunciar ao mutismo e a cara amarrada quando nos contrariam... Renunciar, enfim, a nós mesmos, vendo naqueles aos quais a sabedoria divina colocou em nosso caminho a gloriosa oportunidade de trabalhar com Deus na edificação dos corações, e recebermos em nosso lar o salário da paz.

Com semelhantes exercícios em torno da caridade descobriremos no lar afinidades novas, motivações renovadas, afetos insuspeitados, a garantirem uma vida familiar saudável e feliz.

O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos domínios do Criador. Treinamos na família menor habilitando-nos para o serviço à família maior que constitui a Humanidade inteira.

Emmanuel nos diz que a felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.




Uma flor para ti, amado...
Desabrochando, como nós!

Todo carinho em girassóis e brisas...

Carla

terça-feira, 23 de maio de 2006

Livre-arbítrio

Queridos!

Para pensarmos juntos...


imagem daqui....

"O homem é o obreiro de sua libertação."

"O estado completo de liberdade atinge-o no cultivo íntimo e na valorização de suas potências ocultas. Os obstáculos acumulados em seu caminho são meramente meios de o obrigar a sair da indiferença e a utilizar suas forças latentes. Todas as dificuldades materiais podem ser vencidas.

Somos todos solidários e a liberdade de cada um liga-se à liberdade dos outros.

Libertando-se das paixões e da ignorância, cada homem liberta seus semelhantes. Tudo o que contribui para dissipar as trevas da inteligência e fazer recuar o mal, torna a Humanidade mais livre, mais consciente de si mesma, de seus deveres e potências.

Elevemo-nos, pois, à consciência do nosso papel e fim, e seremos livres.

Asseguraremos com os nossos esforços, ensinamentos e exemplos a vitória da vontade assim como do bem e, em vez de formarmos seres passivos, curvados ao jugo da matéria, expostos à incerteza e inércia, teremos feito almas verdadeiramente livres, soltas das cadeias da fatalidade e pairando acima do mundo pela superioridade das qualidades conquistadas."

Leon Denis

(Do livro: O Problema do Ser do Destino e da Dor)

Beijos e brisas!

Carla

sábado, 20 de maio de 2006

Cobertor de Luz

Queridos!


Estava pesquisando uma imagem bonita para a mensagem anterior, quando descobri essa matéria, que está em Cobertor de Luz e Revista da Fapesp.

A idéia de utilizar a luz como terapia para bebês com icterícia foi da "enfermeira inglesa J. Ward (foto), que, em 1956, verificou que as crianças perdiam o tom amarelado da pele quando dormiam próximas da janela ou tomavam sol no jardim do Rockford General Hospital, em Essex."
"O método do banho de luz funciona, mas para a mãe, que deseja a proximidade do filho, parece uma tortura. Embora seja o melhor disponível no momento, não é considerado tecnicamente muito eficiente: como as lâmpadas não podem ser colocadas muito próximas do bebê, sob o risco de provocarem queimaduras, parte da energia se perde pela distância e outra se transforma em calor, que acentua o desconforto do tratamento."

Então... vem o cobertor de luz!



Idéias luminosas que já estão sendo materializadas...
E nós, será que não precisamos também de um cobertor de luz?
A ser utilizado diariamente...
Abrigando-nos do frio da indiferença e da tristeza...

Idéia a ser desenvolvida!

Muita paz!
E luz!!!!!!!!!!!!!!!!

Brisas brilhantes!
Carla

Vozes da Vida

(Maria Dolores)


Ao homem que alegou perante os Céus
Que de nada dispunha para dar
Por sentir-se tão pobre quão sozinho,
O Senhor concedeu a benção de escutar
As migalhas e cousas do caminho!. . .

Disse-lhe um pão largado a um canto da sacola:
- Dá-me a feliz esmola de poder amparar!
Passaram hoje aqui dois pequenos sem nome. . .
Ah!. . . Quanto desejei arredá-los da fome!. . .
Para ajudar, porém, necessito, primeiro,
De tuas mãos, nobre companheiro,
Porquanto, é lei de Deus, na exaltação do bem,
Que pessoa nenhuma
Possa melhor servir sem apoio de alguém. . .

Uma rosa a entreabrir-se, acetinada e bela,
Exclamou da janela:
- O vento da manhã explicou-me que existe
Em vizinho hospital
Uma jovem doente abandonada e triste,
Desejando uma flor. . .
Quero sair daqui
Para ofertar-lhe ao peito uma nota de amor!
Mas para realizar o sonho
Em que, pobre de forças, me agasalho,
Tentando transformar-me em fé, simpatia e trabalho,
Nada posso sem ti!. . .



Um bloco de papel atirado ao relento
Rogou, a sacudir-lhe o pensamento:
- Vem agora comigo,
O impulso de teu lápis não me cansa,
Anseio ser contigo
A carta mensageira de esperança!. . .

Antigo cobertor aposentado
Transmitiu-lhe um recado:
- O irmão enfermo, em frente, pede caridade,
Não me conserves sem utilidade. . .
Devo entregar-lhe a paz contra a guerra do frio,
Para isso, porém, neste culto de amor,
A fim de que eu lhe dê o amparo do calor,
Tanto ao catre vazio
Quanto ao corpo cansado de exaustão,
Não te dispenso a colaboração. . .

Pequenina moeda ergueu a voz
E falou-lhe do bolso em que jazia:
- Pobre mão de criança semimorta
Veio hoje e pediu socorro à porta. . .
Leva-me a trabalhar.
Suplico a Deus para que alguém me aceite,
Preciso converter-me em xícara de leite
Que nutra, reconforte
E arranque essa criança ao domínio da morte!. . .

O homem renovado
Aguçou a atenção e escutou, mais além. . .
Sementes, fruto, fontes,
Os legumes do vale e as árvores dos montes. . .
Tudo era aceno e voz para o convite ao bem!. . .

Integralmente transformado,
Ouvindo a natureza, em derredor,
Viu-se rico e feliz, firme, grande, maior,
E exclamou para os Céus,
Em júbilo profundo:

- Obrigado, meu Deus,
O dom de trabalhar é o tesouro do mundo,
Ensina-me a servir,
Sê louvado, Senhor,
Na grandeza da vida e na benção do amor!. . .

(Do livro Encontro de Paz)

Brisas...
Carla

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Guarda-chuva e coração abertos...

Há muitos anos, andava eu feliz pela rua com o meu guarda-chuva rosa!
Adorava aquele guarda-chuva! Era quase do meu tamanho, enorme, de um rosa bebê irresistível!
Naquele dia, chovia, para minha alegria, pois poderia utilizar o guarda-chuva rosa para a finalidade primeira dele (independente de chuva, eu o usava como cajado para subir as escadas e marcava meu passo nas ruas, nos vinte minutos de caminhada que separavam minha casa da escola, fazendo ressoar um toc-toc pelas calçadas desertas nos primeiros minutos depois das seis e trinta, pela manhã...).
Mas dizia que chovia!
Uma chuva deliciosa que me fazia encolher toda dentro do guarda-chuva rosa! Já disse que ele era enorme? Pois tão grande que mal conseguia enxergar o que vinha na rua, só meus sapatos mesmo...
E nesse vero dia... aconteceu!
Um encontrão com algo também muito grande (seria um poste? mas não havia poste ali!?!). Não era um poste.
Levantei levemente o guarda-chuva e pude ver a pessoa abalrroada pela minha imprudência. Era um guarda!
Não sei se pela minha cara de espanto e medo, ou se pela candura do tal guarda-chuva rosa, a fúria dele esvaneceu e, muito sério, ele me disse:

- Não adianta ter um guarda-chuva! Tem que saber usar!



Hoje lembro o guarda-chuva rosa como alegoria para as coisas que temos. Não tanto as materiais, mas as espirituais. As qualidades que já conquistamos...

Há guarda-chuvas rosas de tantas cores!

Uma dessas cores é a capacidade de sonhar!
Tão bela essa cor... Sonhos dormidos ou acordados, tão reais!

Mas, como no meu caso do guarda-chuva rosa, não basta ter.
Tem que saber usar... usar sem ferir ninguém, usar de modo a fazer render e realizar!
Saber interpretar, mudando o jeito de ver (a la "Sociedade dos Poetas Mortos", subindo na mesa e dizendo: Hey Captain, my Captain!).

Há uma frase atribuída a Goethe que diz que, "quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor." Se pararmos para pensar com cuidado em todos os momentos importantes de nossa vida, veremos que realmente assim ocorre.

Outra cor é o tempo...
Nada mais frustrante de estar com tudo pronto, na hora errada...
E o pronto, novamente, refere-se ao interior, a nós mesmos...
Quantas vezes buscamos tanto um amor, e simplesmente nós ainda não estamos prontos!

São de Gibran essas palavras:
"Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo."

O amor basta-se a si mesmo, diz Gibran.
O amor deve ser outra cor do guarda-chuva rosa...
É preciso estar em paz consigo, estar pleno para dar, para viver em plenitude o amor, quando ele chegar.
É preciso a casa limpa, o chão atapetado de flores, como nos lembra Tagore.
É preciso preparar os jardins, para que cheguem as borboletas. Achava tão ruim essa mensagem, porque na minha ansiedade, não queria esperar. Era ainda imatura. Ainda sou, para tantas coisas...

Amar-se, cuidar-se...
Apaixonar-se por si!
Brilhar!
Deixar que os guarda-chuvas rosas coloridos se espalhem em nossa vida!
E sejam usados, faça chuva ou faça sol. Bem usados.
E o coração assim aberto esteja protegido pela alegria de viver!

Desejos de sóis brilhantes e
Guarda-chuvas coloridos nos dias de crise, de chuva!

Deus proteja a todos!
Graças sempre por tudo!
Toda paz, todo carinho!
Brisas

Carla

sábado, 6 de maio de 2006

Paz

Sinto tudo em movimento a minha volta.
Turbilhão dentro de mim!

Preciso paz!
Ouvir minhas vozes de dentro!


Fonte: http://www.godkrishna.org/buttons/bg.JPG

Elas me dizem:
Espera!
Tudo vai se aclarar a seu tempo!
Tem confiança!
Vai tranqüila e em paz!
Não te apresse, nem te desgaste com o que ainda não está em tuas mãos.
Um dia de cada vez.
Cada dia, bem vivido!
Com alegria, vencer cada desafio!
Com amor, perfumar teus minutos de esperança!

Agradeço!
Desmancho minha alma em pétalas de flores ao vento!
Que cheguem como luzes ao Teu coração, anjo amigo!
Que cheguem como carinhos ao coração de cada amigo!



P A Z !!

Brisas amenas,

Carla

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Breve resumo das coisas aprendidas...



1. Não mais comprar bolsa de todo dia com abertura pequena - é uma tortura inútil, mesmo que seja baratíssima!

2. O melhor é ter a consciência como aliada.

3. Vale mais fazer um pouquinho a cada dia do que deixar tudo para a última hora (e não curtir).

4. Viver cada momento intensamente. As pessoas, os lugares, nós mesmos, já seremos diferentes da próxima vez, se houver próxima vez.

5. Ter a disposição infantil de perdoar e recomeçar. Ter a perspicácia adulta de não se deixar ferir.

6. Descobrir algo novo sobre si mesmo, todo dia.

7. Espalhar pensamentos de paz como raios de sol.

8. Acreditar que mereço ser feliz!

9. Ter sonhos e lutar para concretizá-los.

10. Agradecer permanentemente a Deus.

Divido contigo meus pequenos aprendizados dessa viagem...
O que me terás pra contar?

Brisas!

Carla

domingo, 9 de abril de 2006

Pela claridade da nossa casa...



"Casa Encantada
(O Terço)

Entre os muros que me cercam
Sempre posso ver
Outras terras, outros mundos
Sol ou mar

Entre os quartos onde moro
Passa um corredor
Onde o teto tem estrelas
Pra me guiar

Uma luz sempre acesa
Esperando chegar
Um amor na varanda
Um amigo na mesa

Qualquer um viajante
Que se queira encantar
Pelos quartos vazios
Pelas salas do mar"


Amado Sol
Quanto tempo passou, nem sei mais
Quanto tempo virá? Só vale contar por prazer!
Nossa casa, nossa história...

Do sol entrando em luz divina
Pelos corredores da nossa casa
Por dentro do nosso coração!
As sombras passam, amado...
Também se transformam em luz!

Estou sempre ao teu lado
Mesmo quando estou aqui
Vê na parede, a cada dia
A sombra que não está
Me vê pelo espelho
Sorrindo junto a ti...

Eu te amo, doce Sol de minha vida!

Beijos e brisas!

Carla

terça-feira, 28 de março de 2006

Dos mimos e das alegrias...



A música começa como um coração batendo... e termina com um suspiro...

Somebody
(Depeche Mode)

I want somebody to share
Share the rest of my life
Share my innermost thoughts
Know my intimate details
Someone who'll stand by my side
And give me support
And in return
She'll get my support
She will listen to me
When I want to speak
About the world we live in
And life in general
Though my views may be wrong
They may even be perverted
She'll hear me out
And won't easily be converted
To my way of thinking
In fact she'll often disagree
But at the end of it all
She will understand me

I want somebody who cares
For me passionately
With every thought and
With every breath
Someone who'll help me see things
In a different light
All the things I detest
I will almost like
I don't want to be tied
To anyone's strings
I'm carefully trying to steer clear of
Those things
But when I'm asleep
I want somebody
Who will put their arms around me
And kiss me tenderly
Though things like this
Make me sick
In a case like this
I'll get away with it


The secret marriage
(Sting)

No earthly church has ever blessed our union
No state has ever granted us permission
No family bond has ever made us two
No company has ever earned commission

No debt was paid no dowry to be gained
No treaty over border land or power
No semblance of the world outside remained
To stain the beauty of this nuptial hour

The secret marriage vow is never spoken
The secret marriage never can be broken

No flowers on the alter
No white veil in your hair
No maiden dress to alter
No Bible oath to swear

The secret marriage vow is never spoken
The secret marriage never can be broken

O que já fizeste hoje de verdadeiro para fazer alguém mais feliz?





Brisas!

Carla

segunda-feira, 27 de março de 2006

Indo de volta pra casa...



O Sol
(Jota Quest)

Ei dor... eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
Ei medo... eu não te escuto mais
Você não me leva a nada
E se quiser saber pra onde eu vou
Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou
E se quiser saber pra onde eu vou
Pra onde tenha sol, é pra lá que eu vou

(...)

Finalmente viajar...
Que bom!

Beijos e brisas!

Carla

quarta-feira, 15 de março de 2006

Fazendo sol

Se chove, então erga as mãos e recolha o carinho líquido de Deus ao teu coração...
Se faz sol, brilhe também!



"Amanheceste chorando pelos que te não compreendem.
Amigos diletos rixaram contigo.
Nos mais amados, viste o retrato da ingratidão.
Aspiravas a desentranhar o carinho nos corações queridos, com a pureza e a simplicidade da abelha que extrai o néctar das flores sem alterá-las, e, porque não conseguiste, queres morrer...
Não te encarceres, porém, nos laços do desespero.

Afirmas-te à procura do Amor, mas não te recordas daqueles para quem o teu simples olhar seria assim como o sorriso da estrela, descerrado nas trevas.

Mostram a cabeça encanecida, à feição de nossos pais, são irmãos semelhantes a nós ou são jovens e crianças que poderiam ser nossos filhos. Não te pedem mais que um pão, a fim de que lhes restaurem as energias do corpo enfermo, ou uma palavra de esperança que lhes console a alma dorida.
Não percas o tesouro das horas, na aflição sem proveito.

Podes ser, ainda hoje, o apoio dos que esmorecem, desalentados, ou a luz dos que jazem nas sombras; podes estender o cobertor agasalhante sobre aqueles a quem a noite pede perdão por ser longa e fria ou dizer a frase calmante para os que enlouqueceram de sofrimento...

Sai, pois, de ti mesmo para conhecer a glória de amar ! ...

Perceberás, então, que a existência na Terra é apenas um dia na eternidade, aprendendo a iluminá-la de AMOR, como quem anda fazendo SOL, nos caminhos da vida, e encontrarás, mais tarde, em cânticos de alegria, todos aqueles que te não amam agora, amando-te muito mais, por te buscarem a luz no instante do entardecer."

Meimei

Brisas ensolaradas!
Todo carinho!

Carla

terça-feira, 14 de março de 2006

Ouvindo vozes...

Outro dia, eu e as crianças observávamos algumas fotos de pessoas de diversos lugares, em diversas situações.
E, a par da fraternidade, que era o tema do dia, ficamos nos perguntando o que aquelas imagens sucitavam em nós...
Solidariedade?
Medo?
Saudade?
Compaixão?
Repulsa?
Fraternidade?
Amor?

Há mesmo um laço invisível unindo todos os seres...



Every time I think of you
I feel shot right through with a bolt of blue
It's no problem of mine but it's a problem I find
Living a life that I can't leave behind
(...)

Every time I see you falling
I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You'll say the words that I can't say



I feel fine and I feel good
I'm feeling like I never should
Whenever I get this way, I just don't know what to say
(...)

Every time I see you falling
I get down on my knees and pray
I'm waiting for that final moment
You'll say the words that I can't say

New Order, com modificações...




Quisera me ouvissem tão claro assim...
Ouvissem vibrações de paz, de alento, de calma, de amor!
Muito amor a envolvê-los!

Brisas

Carla

quarta-feira, 8 de março de 2006

Sobre uma rosa...

"Certa vez, um homem plantou uma roseira e passou a regá-la constantemente.
Assim que ela soltou seu primeiro botão que em breve desabrocharia, o homem notou espinhos sobre o talo e pensou consigo mesmo: "como pode uma flor tão bela vir de uma planta rodeada de espinhos?"
Entristecido com o fato, ele se recusou a regar a roseira e, antes mesmo de estar pronta para desabrochar, a rosa morreu.



Isso acontece com muitos de nós com relação à nossa semeadura.
Plantamos um sonho e, quando surgem as primeiras dificuldades, abandonamos a lavoura.
Fazemos planos de felicidade, desejamos colher flores perfumadas e, quando percebemos os desafios que se apresentam, logo desistimos e o nosso sonho não se realiza.
Os espinhos são exatamente os desafios que se apresentam para que possamos superá-los.
Se encontramos pedras no caminho é para que aprendamos a retirá-las e, dessa forma, nossos músculos se tornem mais fortes.
Não há como chegar ao topo da montanha sem passar pelos obstáculos naturais da caminhada. E o mérito está justamente na superação desses obstáculos.
O que geralmente ocorre é que não prestamos muita atenção na forma de realizar nossos objetivos e, por isso, desistimos com facilidade e até justificamos o fracasso lançando a culpa em alguém ou em alguma coisa.
O importante é que tenhamos sempre em mente que se desejamos colher flores, temos que preparar o solo, selecionar cuidadosamente as sementes, plantá-las, regá-las sistematicamente e, só depois, colher.
Se esperamos colher antes do tempo necessário, então a decepção surgirá.
Se temos um projeto de felicidade, é preciso investir nele.
E considerar também a possibilidade de mudanças na estratégia.
Se, por exemplo, desejamos um emprego estável, duradouro, e não estamos conseguindo, talvez tenhamos que rever a nossa competência e nossa disposição de aprender.
Não adianta jogar a culpa nos governantes nem na sociedade, é preciso, antes de tudo, fazer uma avaliação das nossas possibilidades pessoais.
Se desejamos uma relação afetiva duradoura, estável, tranqüila, e não conseguimos, talvez seja preciso analisar ou reavaliar nossa forma de amar.
Quando os espinhos de uma relação aparecem, é hora de pensar numa estratégia diferente, ao invés de culpar homens e mulheres ou a agitação da vida moderna, ou simplesmente deixar a rosa do afeto morrer de sede.

Há pessoas que, como o homem que deixou a roseira morrer, deixam seus sonhos agonizarem por falta de cuidados ou diminuem o seu tamanho. Vão se contentando com pouco, na esperança de sofrer menos.
Mas o ideal é estabelecer um objetivo e investir esforços para concretizá-lo.
Se no percurso aparecerem alguns espinhos, é que estamos sendo desafiados a superá-los, e jamais a desistir."

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.



Viva as rosas!
Brisas em seu coração...

Carla

domingo, 5 de março de 2006

Pingos de Luz

Quando era menor (e, em sendo menor, leia-se menos consciente de tudo - e ainda sou pequena!), considerava o último capítulo de O Evangalho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, "Preces Espíritas", como uma referência interessante para consultas, apenas... Não via ainda ali a fonte de luz, pingos de luz, nas noites da alma...
Hoje vislumbro!
E da alegria que tive, divido, mãos em brisas de carinho, o carinho que recebi!



Prece para pedir a corrigenda de um defeito

Prefácio: os nossos maus instintos resultam da imperfeição do nosso próprio Espírito e não da nossa organização física; a não ser assim, o homem se acharia isento de toda espécie de responsabilidade. De nós depende a nossa melhoria, pois todo aquele que se acha no gozo de suas faculdades tem, com relação a todas as coisas, a liberdade de fazer ou de não fazer. Para praticar o bem, de nada mais precisa senão do querer.

Prece

"Deste-me, ó meu Deus, a inteligência necessária a distinguir o que é bem do que é mal. Ora, do momento em que reconheço que uma coisa é má, torno-me culpado, se não me esforçar por lhe resistir.

Preserva-me do orgulho que me poderia impedir de perceber os meus defeitos e dos maus Espíritos que me possam incitar a perseverar neles.

Entre as minhas imperfeições, reconheço que sou particularmente propenso a...; e, se não resisto a esse pendor, é porque contraí o hábito de a ele ceder.

Não me criaste culpado, pois que és justo, mas com igual aptidão para o bem e para o mal; se tomei o mau caminho, foi por efeito do meu livre-arbítrio. Todavia, pela mesma razão que tive a liberdade de fazer o mal, tenho a de fazer o bem e, conseguintemente, a de mudar de caminho.

Meus atuais defeitos são restos das imperfeições que conservei das minhas precedentes existências; são o meu pecado original, de que me posso libertar pela ação da minha vontade e com a ajuda dos Espíritos bons.

Bons Espíritos que me protegeis, e sobretudo tu, meu anjo da guarda, dai-me forças para resistir às más sugestões e para sair vitorioso da luta.

Os defeitos são barreiras que nos separam de Deus e cada um que eu suprima será um passo dado na senda do progresso que dele me há de aproximar.

O Senhor, em sua infinita misericórdia, houve por bem conceder-me a existência atual, para que servisse ao meu adiantamento. Bons Espíritos, ajudai-me a aproveitá-la, para que me não fique perdida e para que, quando ao Senhor aprouver ma retirar, eu dela saia melhor do que entrei."

Todo meu carinho
Em sopros de paz!

Carla

sábado, 25 de fevereiro de 2006

Tagore

Um poema de Tagore...
Um carinho na brisa dessas letras em teu coração!



"Quem é este bem-amado, que anuncia a chegada com arautos, trombeteando primavera, no carro doirado do sol?

Desde cedo, sentado na cabana de palha à margem do rio, tenho seguido os acontecimentos com ansiedade crescente.

Pelas águas mansas passam deslizantes, na crista das ondas, jovens guirlandas de flores, desmanchadas por mãos contentes, e o perfume estranho da camomila se mistura, zombeteiro, ao aroma das mangueiras arrebentadas em miúdas flores claras, fazendo uma festa diferente junto de mim.

As sombras do matagal bateram em retirada, fugindo com pés silenciosos, quando chegou a mensagem esfogueada no rosto do sol.

Quem será esse estranho hóspede que, desconhecido embora, sacode meu coração, fazendo-se bem amado?

Colhi, com mãos nervosas, flores brancas de jasmim, e deixei minhas ocupações na esteira do chão, para tecer afanosamente a coroa, com que lhe ornarei, respeitoso, a cabeça, após a longa viagem.

Que chegue logo, com sua abençoada face de primavera rósea, esse alguém bem amado, que sacode o meu coração!"

Brisas leves
De paz!

Carla

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

Brilhar!

I am standing at the crossroads to heaven.
Never prayed like I’m praying today.
I am one light away from shadows.
And only Grace to lead the way.

And I am reaching for your loving arms to hold me
And I am weary searching for rest.
Just one light away from shadows
And my soul must pass this test.

Shine on! Shine on! Faith be evermore strong.
Just one light away from shadows.
And by Grace we do no wrong.

--hymn from Cassandra


Michelangelo

É preciso ver a luz em nós...
Brisas

Carla

terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Um passeio...

Acordar com um sopro sobre o rosto!
E antes mesmo de perceber tua presença, sabê-la. Olhar e não ver. Duvidar...

Era assim feito neblina desfeita pelo sol, mas ainda neblina.
Ainda sonho, ainda esperança, ainda fumaça esvanecendo no ar.
Ainda um toque de frio contra o calor do sol.

Então eram todos os sons despertos: os carros, os ventos, os ditos, as risadas, os lamentos...
E a única voz não ouvida soando tão alta no silêncio da minha expectativa.

Dias aqueles, em que se vive por um carinho que pode não vir...
E se perceber viva ainda...

Ternuras
Pétalas de rosas brancas acetinadas
Sopradas com toda esperança da alma
Ao vento
Para que cheguem ao seu destino

Brumas...
Graças a Deus já é dia!
Graças a Deus estou viva!

Há algo verde brilhante como seiva
Sorrio flores
Anseio o sol
Chuvas
Brisas


Claude Monet, 1875
The Promenade, Woman with a Parasol


Beijos de serenidade
Nas brisas,
Meu olhar sobre ti!

Carla

sábado, 28 de janeiro de 2006

Depois da chuva 2

"Quanta coisa, amor, vimos se perder (...)
Feche os olhos, me dê a mão...
Que a chuva logo passa
E sol volta a brilhar..."
(Depois da chuva, Marcelo Bonfá)



(essa imagem veio daqui...)

Mãos muito doloridas e prenúncio de bolhas!
Bendito rodo que me ajudou a limpar a água empoçada!

Flores orvalhadas sobre vocês
Um beijo
Suspirado de cansaço... :)

Carla

Depois da chuva

"Eu quero olhar ao meu redor
E ver além do que meus olhos podem ver..."
(Depois da chuva, Marcelo Bonfá)


Queridos

Eu também fiquei ilhada, esperando a chuva passar, a água abaixar, esperando...
Enquanto ilhados, havia conversas, tão bom ter gente ao nosso lado!
E quando saímos, eu ria de nervoso dos caminhos fechados, da escuridão ao meu redor, aquela água toda, tantas tentativas de ir para algum lugar...

Vendo por dentro aquele sorriso discreto que os anjos da guarda nos endereçam quando ousamos pensar em reclamar de alguma coisa...
Vendo por fora as tragédias todas se desenharem no tempo passado: as pessoas pelas quais passávamos nas ruas, os carros quebrados, as motos caídas, os sinais piscantes, o movimento incansável das ambulâncias e dos socorristas... Lama, água, óleo, céu nublado, trovões!


Foto de Marcos Issa

A chegada foi tranqüila, lá pela meia-noite.
Se fosse lua cheia, se eu morasse mais perto,
Se eu conseguisse enxergar...
Teria visto, depois da tempestade
Que nossa cidade
Adormeceu assim:


Foto de Custódio Coimbra

Um beijo
Em brisas perfumadas e coloridas
Meu carinho e gratidão


Carla

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Urgência

Sinto saudades da Andrea!
Lá da Finlândia, ela era um coração quente a irradiar alegria e muito bom senso... Deve estar com muito trabalho, quem sabe filho, tanto tempo já passou... Receba ela vibrações de paz!

Aos poucos vou tendo a felicidade de reencontrar aqueles que nos são caros ao coração. Ainda penso, como o Pequeno Príncipe, que horas marcadas são uma felicidade prévia (nada como esperar pelo encontro, que alegria!)...

Tenho urgência, no entanto... Vejo os dias escoarem-se rápidos demais, antes mesmo que possa corrigir meus pensamentos e alinhá-los com os sentimentos transbordantes de meu coração!

Por isso, se tu vieste aqui, seja bem-vindo!
Seja extremamente bem-vindo!
Sinta todas as brisas acariciando suavemente teus cabelos!
Descanse os olhos na paisagem e nas flores que te escolhi!
E deleite tua mente na mensagem que separei para esse momento!

Ei-la:


O que é o Amor?
(desconheço o autor)

Um esposo foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que já não amava sua esposa e que pensava em separar-se.
O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra:

- Ame-a.

E logo se calou.
- Mas, já não sinto nada por ela!
- Ame-a, disse-lhe novamente o sábio.
E diante do desconcerto do senhor, depois de um breve silêncio, disse-lhe o seguinte:

"Amar é uma decisão, não um sentimento;
Amar é dedicação e entrega...
Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor...

O amor é um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide...

Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas mas nem por isso abandone o seu jardim...

Ame seu par, ou seja, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o...

Isso é tudo... Ame!!!"

Meu carinho de ano novo,
Carregado de pólen de esperança
E minha felicidade de te ver feliz...

Leva esse brilho nos olhos
À feição de flor que se ganha de presente
Terna lembrança minha ao teu coração

Beijo em cada brisa
Carla

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Agradece

Agradecendo o carinho que me envolve sempre...



Agradece as mãos que te constroem a existência, decorando-a com as tintas da alegria e da esperança, mas endereça os teus pensamentos de gratidão àquelas outras que te ferem com os espinhos da incompreensão, ensinando-te a conviver e a servir.

Agradece as vozes que te embalam os anseios, entretecendo hinos de paz e amor com que te inspiram as melhores realizações, no entanto, envia as tuas vibrações de reconhecimento àquelas outras que te exageram essa ou aquela falha, induzindo-te a compreender e a perdoar.

Agradece aos amigos que te proporcionam a mesa farta, impulsionando-te a pensar na abastança da Terra, mas não recuses respeito àqueles que, em algum tempo, te sonegaram o pão, levando-te a prestigiar a fraternidade e a beneficência.

Agradece aos irmãos que te reconhecem a nobreza de sentimentos, louvando-te o trabalho, entretanto, não olvides o apreço que se deve àqueles outros que te menosprezam, auxiliando-te a descobrir os tesouros da humildade e da tolerância.

Certa feita, um pedaço de carbono sumido no monturo pediu a Deus o levasse para a superfície da Terra, a fim de ser mais útil. O Supremo Senhor ouviu-lhe a súplica e determinou fosse ele detido no subsolo para a devida maturação. O minério humilde aceitou a resposta e permaneceu na clausura, por séculos e séculos, suportando a química da natureza com o assalto constante dos vermes que habitavam o chão. Chegou, por fim, o tempo em que o Criador mandou arrancá-lo para atender-lhe aos ideais. Instrumentos de perfuração exumaram-no a golpes desapiedados e o lapidário cortou-lhe o corpo, de vários modos, em minucioso burilamento. Mas quando o carbono sublimado surgiu, de todo, aos olhos do mundo, Deus o havia transformado no brilhante, que passou a brilhar, entre os homens, parecendo uma flor do arco-íris com o fulgor das estrelas.

Meimei

Agradecendo a você!
Brisas!