domingo, 23 de outubro de 2005

Dos mistérios do tempo

(Das filosóficas conversas de engenheiros apaixonados...
Lembrando para eu não esquecer!)

Logo chega o fim do ano... E o bom costume de muitos nos convida à avaliação de desempenho nos vários campos de atuação da vida. Como foi? Por que foi? Por que não? São perguntas que se multiplicam, com respostas nem sempre tão óbvias e nem sempre tão fáceis.
E antes que se chegue ao irremediável fim (!), ainda há tempo de se reformular e começar, seja desejos, sonhos, esperanças... objetivos; e ações, decisões, novos hábitos... resultados.
Porque sempre é tempo para os que andam ao lado do tempo, procurando conviver amigavelmente com ele.

Quanto se espera para ser feliz?

Tudo acontece ao mesmo tempo
O trabalho e suas demandas
A pesquisa de tantos temas
O estudo de tantas vidas
A amiga que te procura
A família e os domingos
Os amigos que tu procuras
As contas a saldar
Um dilema a resolver
Aquela dor que não é tua
A tua dor, que não queres mais

E o que fazer dos sonhos?

Quanto tempo leva até ficar pronto aquele email?
Quanto tempo leva até concluir a pesquisa?
Até arrumar aquele armário?
Até por em ordem a tua vida?

O segredo não é quando termina, mas quando começa
E por quanto tempo permaneces em atividade
O quanto curtes o durante
O quanto amas o bastante
Para ver castelos ainda no ar e materializar
Constantemente, pela força da mente e das mãos
Os sonhos todos!

Do sonho ao planejamento desdobrado em listas
As listas dimensionadas para o curto espaço de um dia
As listas com os planos para uma vida inteira
Controlado por períodos pequenos
Os pequenos progressos previstos...

Costumo dizer aos que amo: Sê feliz!
Não é um desejo distante
É presente, de presente
Mas só tu podes desembrulhar para usar...

Logo chega o fim do ano... O fim dessa vida, quem saberá?
Que demore séculos!
Mas, até lá, que se viva milênios, a cada dia
Pelos sonhos realizados e vividos, a cada dia
A cada presente, presente de Deus:

O misterioso Tempo!

Beijos de brisas em tua alma
Agora e durante os teus dias
Brilhos de estrelas em teus olhos
Agora e durante as tuas noites

Com carinho

Carla
posted by Brisa @ 10:43 PM

sábado, 15 de outubro de 2005

Para todos os mestres!

Há tantas formas de se ensinar!

Há os ditados enormes
Há a paciência constante
Há os olhares difíceis
Há o silêncio gritante
Há os quadros negros
Há os sinais de aviso
Há as lembranças suaves
Há o carinho preciso
Há os sorrisos sinceros
Há as lágrimas sofridas
Há esperanças douradas
Há todas as nossas vidas!

Para todos os mestres
Amigos e conhecidos
Meu coração em prece
Agradece a cada um!

Por me deixarem viver
Por me fazerem sonhar
E me ajudarem a sorrir
E me ensinarem a amar

Obrigada!
Muitíssimo obrigada!

Sopro pétalas de rosas
De minhas mãos
Perfumadas nas brisas!

Carla posted by Brisa @ 9:36 PM

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Sobre as datas

"E aos 29, com o retorno de Saturno
Decidi começar a viver."
(Renato Russo)

Para Vi, com carinho!


Havia um dia que era especial pra mim.
Depois da tempestade, tudo era tristeza em qualquer recordação
E nesse veríssimo dia, quando o dia chegou
Uma grande amiga decidiu se tatuar com o ideograma japonês do amor.
Não sou afeita a esses ambientes
Mas quis acompanhar a amiga em sua primeira tatuagem
Em sua decisão de romper com tanta coisa
Marcar em seu próprio corpo a decisão de
Por amor
A si mesma, a Deus, à vida
Prosseguir...


"O ideograma AMOR traz em seu interior o ideograma ddd que representa o coração, o espírito ou a alma das pessoas."
Da página Watanabe

Hoje, amiga, leio tuas mensagens nos emails
E tua preocupação em ter me magoado
:)
Não me magoaste...
Nem naquela época, muito menos agora
Hoje vejo tanta coisa diferente
Procuro não sofrer mais por coisas do passado
E limpar de mim tatuagens de dor que me inventei
Quem disse que não sai, não deve conhecer o "merecer ser feliz"
Mas essa é outra história...

Porque hoje,
Todos os dias são especiais!!
E merecem ser vividos com plena energia de paz
De luz, de esperança, de vida!!
Amor!

Todo meu carinho
Em brisas perfumadas
Azuis!

Carla

quarta-feira, 5 de outubro de 2005

Sobre o tempo

Quantas vezes medimos o tempo por processos alternativos aos tradicionais relógios?
Tempo que passa voando, tempo que demora um século!

Adorei essa "escala" do Biquini Cavadão!

Quanto tempo demora um mês

Acordei com o seu gosto
E a lembrança do seu rosto
Porque você se fez tão linda

Mas agora você vai embora
Quanto tempo será que demora
Um mês pra passar

A vida inteira de um inseto
Um embrião pra virar feto
A folha do calendário
O trabalho pra ganhar um salário

Mas daqui a um mês
Quando você voltar
A lua vai estar cheia
E no mesmo lugar

Se eu pudesse escolher
Outra forma de ser
Eu seria você

E a saudade em mim agora
Quanto tempo será que demora
Um mês pra passar

Ser campeão da copa do mundo
Um dia em Saturno
Pra criança que não sabe contar
Vai levar um tempão

Daqui a um mês
Quando você voltar
A lua vai estar cheia
E no mesmo lugar

Flores e perfumes (de jasmins!)
Todo meu carinho, em brisas!

Carla

terça-feira, 4 de outubro de 2005

Esse dia...

...de São Francisco

Nesse dia, há tanto tempo, tanta coisa aconteceu!
Sonhos registrados em pautas de caderno
Olhares que voaram pelas janelas durante as aulas
Céu azul, céu com nuvens...
Renovaram-se todos os dias quatro de outubro
E se fosse domingo
O mesmo olhar teria buscado estrelas e mares
Ou mares e estrelas
Outros olhares...

Aniversários!

Quando pequena, ir para um aniversário já era o acontecimento
Qualquer dia que fosse, a alegria sincera de saudar alguém
Partilhar!
Depois, todas as datas anotadas no início do ano na agenda
As estatísticas do número de cartões necessários... os selos já guardados
Os selos a comprar; cartões a se preparar...
Viver ansiosamente cada aniversário de amigo ou conhecido na mesma expectativa da grande festa na qual nunca estava presente
Só minhas letras em papéis perfumados coloridos nos poemas...
Flores!

Casamentos!

E esse dia cheira tanto a folhas verdes e marzipãs
Sol nascendo em esperanças novas
Velha e boa esperança
Verdes folhas
Brancas

Reuniões e relatórios!

Hoje o dia passou como especial que era:
As notícias do rádio
A vontade louca de cozinhar
O trabalho repleto de desafios
Os sonhos.

Noite!

E as mensagens de amor materializadas em letras
Tuas flores orvalhadas
Minha saudade
Tua voz tão linda, como tu sabes que é, verbalizando outros sonhos

Algum amigo que desconfia dos meus pensamentos soltos
E pergunta por mim em emails e preces...
Eu sinto!

Graças te dou, Senhor
Pelo dia, pelas lembranças do dia, pela vida
Graças eu peço, Senhor
Para os amigos, os aniversariantes, os que voltam a vida, os que a deixam
Em graça, te louvo, Senhor
Pelos pássaros e a doce mão de Francisco sobre minha cabeça a dizer:
"Tudo é tão simples, irmãzinha..."

Amar
Perdoar
Esquecer
De novo merecer
Viver
Ser feliz!

Todas as brisas em rosas e margaridas
Gratidão por tudo e tanto
Paz e luz sobre você
Por todo dia...
Seja ele seu dia,
Seja ele hoje e sempre!

Beijos

Carla

domingo, 25 de setembro de 2005

Pelo Brasil - Diário de Bordo

(14/8/05)
Perfumes, estrelas, raios de sol, margaridas, salgadinho, veludo, aviões, rosa vermelha, chuva da meia-noite, chuva de pétalas de rosas, Sagrado Coração da Terra, amor à distância, buquês de rosas rosas, prece, telefone, Mario Quintana, pão com linguiça, vigilantes, água no criado mudo, Passa Quatro, fotos de carro andando, 3 estados em meia hora, sorvete com canela, casamento de irmão, toc-toc na porta à meia-noite, sonhos, sopa de feijão e guaraná, dirigir em curvas, vento frio, cabelos molhados, cerveja e pastel, casaco quentinho, ficar sem óculos, ficar sem ar, ficar de boca aberta, ficar maravilhada, encantada... ser feliz! Beijos, beijos, beijos, beijos... Parabéns...

(20/9/05)
Vento muito frio, teu calor, azaléias rosas, orvalho, struddel, meu cabelo rebelde, dias nublados, abraços, nevoeiros, estradas de terra, sopa no pão, cantar pela estrada a fora, lágrimas, aquecedor, chá de maçã, trilhas para iniciantes, sorrisos, monjolo, tramela, aeroporto, comida caseira, árvores diferentes, chuva, beijos, docinhos bonitos, GPS, coração agitado, coração tranqüilo, fondue no frio, a grade do anel, chocolate, floresta negra, bala de canela, andar por aí, intuição, o gótico barroco, risos, ruas nunca dantes navegadas, madrugadas, mão queimada de frio, casa de pernas pro ar, carinho de mãe, viver, dormir, acordar! E aprender, a cada dia, ser mais feliz!

E ainda há tanto mais pra se conhecer!
Brisas perfumadas!

Carla

Livre...

Pensando em ti...
Desejanto-te um amanhecer feliz!

E pedindo-te: não te guardes de mim!
Nem tuas mazelas, nem tuas tristezas, nem tuas decepções!
Nem tuas conquistas, nem tuas alegrias, nem tuas descobertas!
Plena contigo quero eu ser...

Livre
(James)

Livre vou
Em asas de som e luz
Sempre amor
A nos guiar pelo espaço
Entre estrelas, sobre mundos
Há sempre tanto amor!

No grande silêncio
Um anjo a cantar
No olhar que se lança
No beijo da brisa
Há sempre tanto amor!

Todo meu carinho
Em beijos nas brisas!

Muitos beijos! ;)

Carla

domingo, 22 de maio de 2005

Portas e janelas...

Queridos!

Vocês já ouviram falar
Que quando uma porta se fecha
Deus abre janelas em outro lugar...
Que seja, pois.
E seus olhares contemplem
Vida e luz, cor e paz!

"Aquieta, coração ansioso, pois que o amor está à porta, aguardando.
Não espies pela janela da ansiedade o caminho da aldeia longínqua.
Enquanto te distraías amarrando os jasmins, uns aos outros, e fazendo a guirlanda perfumada para depô-la no seu pescoço, não escutaste os guizos dos seus pés que tilintavam, à medida que ele se acercou da porta dos teus sentimentos.
Ei-lo que aí está, ansioso, em silêncio, e pulsa-lhe o coração enternecido, qual lamparina temerosa do vento que lhe ameaça a chama.
Acolchoa o chão e perfuma a sala, abrindo, suavemente, a porta dos teus sentimentos, para que neles habite o teu rei e poeta, o teu senhor, e amado, preenchendo o vazio da tua demorada necessidade."


Rabindranath Tagore
(poema XXVI do livro Pássaros Livres)


Meu carinho em suaves brisas
A todos os que estão do lado de dentro da casa
A todos os que estão do lado de fora... :)
Perfumes de estrelas em suas vidas!

Carla

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Mensagem ao Vento

Admita...

Foi assim que tu pensaste
E tua idéia, voando pelo ar
Pegando carona nas correntes que vinham pra cá,
Chegou até mim

Foi só estender a mão do pensamento
Talvez nem tão alto
Para sintonizar teu sonho em imagens claras
Ou sombrias... mas sonoras!

Ou talvez tenha sido nas correntes marítimas!
Um banho de mar num domingo qualquer
Tenha me feito mergulhar em teus pensamentos
E me afogar nesses teus sentimentos vibrantes

Sentir!

Sempre senti tua presença
Longe, é certo, uma aragem
Uma brisa do mar que viesse
Uma franja do luar que caísse
Sobre minha cama, a cada noite

Cada noite!
Um beijo de despedida
Era minha única lembrança ao amanhecer

Para que fui querer entender?
Insônia... te esperar...
Depois, ver-te materializado
Letras, imagens, sons...
Sonhos, sonhos...

E ainda depois,
Ir ao teu encontro
Dias claros de sol
Realidade

~ Já não era mais o que tu querias ~

Ah, desejar...
Tão perigoso desejar!
Quão poucos têm coragem
De sonhar assim, tão alto
E depois de sonhar...
Quão poucos têm coragem
De viver o sonho realizado...

Hoje sou eu a sonhar
Em que brisas irão meus pensamentos?
Em que direção vão seguir?
Quem responderá meu chamado?
Quem será tão corajoso?
Quem terá mistérios no sorriso
E brilhos no olhar?
Quem poderá ler meus pensamentos
E respondê-los?

Sopro da palma da mão
De dentro do coração
A alma liberta de saudade
Todas as rimas de felicidade...

Vem!

Meu carinho em brisas!

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (3)

Como eu posso ser tão horrível e por vezes deixar de visitar vc ?Como está lindo seu cantinho.Um beijo querida e obrigada por sua luz deixada em meu blog.
Patricia | Homepage | 21.05.05 - 10:09 pm | #

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Se nos apegamos ao passado, não há espaço para que o novo entre em nossa vida. Tenha fé e confie no Universo. Quando percebemos que o universo é inerentemente bom, torna-se mais fácil confiar nos resultados justos. Não se desfaça de tuas lindas lembranças, não é isso que quero dizer. Mas abra teu coração para o momento presente. Quem sabe a resposta para tuas questões esteja bem mais perto do que você espera, querida Brisa. Beijos...
~~Nuvem~~ | Homepage | 21.05.05 - 10:45 am | #

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De perder o fôlego!
Um beijo
Cristiane | 20.05.05 - 10:07 pm | #

domingo, 15 de maio de 2005

Pessoas especiais e rosas...

Queridos!

Eis que descortino aqui minha janela:


Vai se aproximando a época de podar a roseira...
As folhas ficam feias, vão caindo, esparsos botões ainda resistem.
Cuidados necessários, especiais, além da rega habitual. Transcrevi, há pouco, aquela passagem do Pequeno Príncipe que fala sobre isso, sobre essa responsabilidade.
Mas, e se o procedimento for inverso?
Se a gente nem ligar?
O que pode ocorrer?

Achei esse artigo, de Aldo Novak, que parece trazer a resposta...

"Há bilhões de pessoas no mundo, mas apenas algumas delas são essenciais em seu coração. Algumas tornam o Universo especial para você e dão sentido à sua própria vida. Algumas serão lembradas até seus últimos dias na Terra. Algumas são importantes para você apenas por estarem aqui, por existirem.
Você não se importa com a roupa que elas vestem e elas não se importam com a sua. Você é parte essencial do quebra-cabeças da vida delas. Essas pessoas, por seu lado, são parte essencial do quebra-cabeças da sua vida. Você não tem interesse na conta bancária delas e elas não têm interesse na sua.
Você vê através delas, por isso as rugas não importam. O tempo, não importa. Para elas, você é aquilo que existe em seu interior. São poucas - muito poucas - essas pessoas especiais.
É difícil explicar como alguém se torna essencial na pintura da sua existência, mas você sabe que o tecido que define sua posição no mundo seria incompleto sem essas pessoas. Você pode pensar nelas agora, porque são aquelas que parecem ter marcado encontro com você antes mesmo do nascimento. Ainda que seja apenas uma impressão, é um sentimento que as destaca do mundo.
Talvez sejam filhos, talvez sejam pais. Talvez um amor. Talvez alguém improvável. Se são pessoas muito especiais, e você quer que continuem a ser especiais, trate-as como pessoas muito especiais. Mantenha sua palavra para com elas. Nas menores promessas, dita e não ditas.
Drible o mundo para estar com elas. Nos dias de sol. Nos dias de chuva. Não minta para elas. São parte de você.
O que disser que vai fazer para elas, faça. Faça sempre. Quem você ama, deve ser tratado como sendo alguém que você ama. Não trate essas poucas pessoas como qualquer um. Como diz Irma Knutz "trate quem você ama como uma pessoa qualquer e ela vai se transformar em uma pessoa qualquer. Bem longe de você."
Não acontecerá do dia para a noite. Mas, assim como uma planta vai secando aos poucos, se não receber luz e água, aquilo que torna aquela pessoa parte essencial de sua vida desaparece, se o tratamento, entre você e ela, for o mesmo dado ao resto do planeta.
Você pode ter muitos amigos, mas não estou falando deles. Você sabe exatamente de quem eu falo. Só você sabe. Trate quem você ama como uma pessoa qualquer e ela vai se transformar em uma pessoa qualquer. Bem longe de você."

E isso me lembra também que não tenho sido tão cuidadosa com algumas pessoas especias...

Pétalas de rosas e boa semana para vocês!
Meu carinho em brisas,

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (6)

Valéria, lindíssimo!
Obrigada pelo teu carinho!
Carla | 20.05.05 - 2:26 pm | #

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Carlinha,
Lembrei muito da música CATIVAR; realmente , existem aquelas pessoas que as nossas afinidades ou responsabilidades são maiores, porém, quantos já tiveram uma participação pequena na nossa caminhada, mas nos ensinaram tanto? Agem como nos programas e novelas da TV, quando é colocada no enunciado "participação especial" de determinado artista e este dá um colorido novo no enredo. É assim com determinadas pessoas que passam por nós, seja por bem ou por mal, elas são sempre fonte de aprendizado e de troca de experiências para nós.
Acredito que o que nos falta, é começar a enxergar verdadeiramente, cada um como uma pessoa especial:
aquele que nos rouba, merece uma prece pela sua ignorâancia;
aquele que senta ao nosso lado no onibus, merece que peçamos a Deus que o seu dia seja bom;
aquele que é nosso chefe, que possamos desempenhar bem a nossa função, assim estaremos cooperando para ele ficar menos 'estressado';
aquele do sinal, merece que iniciemos uma conversação com eles para que aquele gesto que parece humilhação (o ato de pedir) seja digno;
aquele do sinal, merece que iniciemos uma conversação com eles para que aquele gesto que parece humilhação (o ato de pedir) seja digno;
aquele que nos magoa, merece que o amemos mais, no sentido do perdão, pq este age como o ladrão, pois rouba a nossa paz de espírito;
aquele que passa por nós na rua apressado e nos dá um 'encontrão',
merece a nossa alegria, pois estamos em atividade e não inválido sobre um leito e podemos sentir o nosso corpo; enfim...
cada um é especial para nós do seu jeito.

Beijos mil,
Valéria
Valéria | 19.05.05 - 8:41 pm | #

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Que foto linda... sem dúvida, temos de nos esforçar para que as pessoas especiais estejam sempre do nosso lado, pois o tempo passa rápido! bjs.
Luciana | Homepage | 19.05.05 - 10:54 am | #

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Sobre A rosa!

Um vento daqueles que levantam folhas secas, espalham a poeira e revelam o tesouro escondido andou brincando pelo meu coração!
Em sua homenagem, o meu texto preferido!

Capítulo XXI de O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint Exupéry
(e nada de pré-conceitos, hein! :))

"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?

- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...

Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me.
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela é agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.
Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."

Obrigada Hugo!

Beijos e brisas
Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (3)

rs, eu amei sua presença, amei este post publicado do livro..amo tudo que escreve amiga..
Fico sempre muito feliz com sua presença importantíssima em meu mundo de sonhos e imaginações reais.
Um Beijo repleto de carinho e um ótimo final de semana.
Eterna Storm | Homepage | 06.05.05 - 1:45 pm | #

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Obrigado mesmo ! Essa com certeza é minha parte preferida do livro em questão... já postei trechos da mesma lá no meu canto e não poderia deixar de comentar !
Brother Wolf | Homepage | 06.05.05 - 1:22 pm | #

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 Nossa há quanto tempo não lia um trecho desse livro eterno. Que lindo! Obrigada por nos proporcionar esse deleite. Bjs e bom final de semana.
Luciana | Homepage | 06.05.05 - 11:01 am | # 

segunda-feira, 2 de maio de 2005

Mensagens cifradas e receita de rosas...

Queridos!

Ainda sobre flores...
Achei uma página interessante sobre seus significados e os de suas cores e como se "mandavam recados", como convites para encontro, com hora e tudo, só através de um buquê (sem cartão!)... Vale a visita.
Quanto à receita... não lembro se li em algum lugar ou se sonhei.

Receita de rosas doces
(não testada por cozinha experimental nenhuma... não me responsabilizo, hein!!!)

Que tal pétalas de rosa carameladas
Uma a uma preparadas com carinho?
Parece facílimo... mas demora meses!
Meses de preparo atento e contínuo.

Não servem quaisquer rosas compradas
Mas apenas aquelas de seu jardim
Uma a uma cultivadas com carinho!
Regadas a lágrimas, a chuva, a sonho!

Rosas sem qualquer aditivo venenoso
Rosas crescidas de suas mãos e vida
Tuas energias de amor transformadas
Uma a uma despetaladas com carinho!

Pobres rosas... mais belas em flores
Por isso, nunca fiz rosas carameladas
Esperaria cair, pétala a pétala,
Como lágrima, para caramelizar

Uma a uma amadas, com todo carinho!

(Resistindo a tentação de fazer rimas com espinho; parece até simpatia isso!)

Atenção! Não deve ser feita com outra rosa exceto aquela que se conhece bem a procedência, para evitar contaminações com agrotóxicos!!! E isso serve para qualquer receita de rosas!

Que haja fartura de carinhos despetalados e caramelizados para se oferecer a cada um que cruze nosso caminho.

Beijos e brisas, doces!
Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (2)

Nossa.. quanta doçura e ternura!

Sim, muita fartura de carinhos despetalados e caramelizados para se oferecermos ao Universo!!!
Ininterruptamente!!!
Belos textos...
Grande beijo!
Espuma Flutuante | Homepage | 05.05.05 - 3:04 pm | #

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 Muitas flores para vc. Ótima semana. Bjs.
Luciana | Homepage | 03.05.05 - 10:15 am | #

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Cultivos

Queridos!

Seria insólito ver boas atitudes em resposta a atitudes infelizes?
Tenho visto que não, até em poemas, como esse:

Cultivo uma rosa branca
(José Martí)

Cultivo uma rosa branca
em julho como em janeiro,
para o amigo verdadeiro
que me oferece a mão franca.

E para o mau que me arranca
o coração com que vivo,
cardo agreste não cultivo,
mas cultivo a rosa branca.






Que flores tu tens deixado crescer em teu jardim?
Brisas

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (3)

Me fizestes lembrar daquela frase que li em um livro espírita (não lembro qual) "ser como o sândalo que perfuma o machado que o corta". Pois é, amiga Brisa, não há mérito algum em querer bem apenas aqueles que nos querem bem, afinal disso todos são capazes. Oferecer flores a quem nos faz sofrer é prova de um grande coração. Para quem está está aprendendo como eu, cuido ainda das sementes e procuro não devolver espinhos. Beijos, Dona Brisa querida.

 Para quem está está aprendendo como eu, cuido ainda das sementes e procuro não devolver espinhos. Beijos, Dona Brisa querida.
~~Nuvem~~ | Homepage | 27.04.05 - 11:32 am | #

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Muito melhor cultivar flores que rancor, né?
Beijos
Tchela | Homepage | 27.04.05 - 10:08 am | #

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 Quanto tempo que não passo por aqui... e como sempre sopra uma brisa muito agradável! No meu jardim somente as mais dignas flores. bjs.
Luciana | Homepage | 26.04.05 - 4:19 pm | #  

sábado, 23 de abril de 2005

Sobre uma flor

Quão bonito seria ver um campo de marcela
Desse arbusto tão cheiroso que se enfeita,
Uma vez por ano, de pequenas flores amarelas...
Tradicionalmente colhidas na Semana Santa...

Fala-se de vários nomes... macela, paina, Achyrocline satureoides
E Achyrocline vem do grego:
"akhyron" quer dizer palha e "cline" quer dizer cama.
Uma cama de palha como a que existia na casa da Oma!
Aconchego de dormir... berço de sonhos!
Satureoides vem de "satureira",
Nome latino usado por Plínio para a planta.

Outros tantos já te viram, breve flor amarela!
Egípcios te dedicavam ao Sol!
Prezavam-te por tuas propriedades curativas.
Os gregos te receitavam para febres e perturbações femininas.
O teu aroma relaxante aliviava asma e curava insônias.
E até José Afonso, um cantor português,
Declamou "Eu hei-de ir colher macela".

Colha não!
Que a Emater do RS não gosta, reclama e avisa:
A plantinha está às vésperas da extinção.
A causa é a tal colheita desenfreada que ocorre na Semana Santa.
Ah, tradição... mudar, então!

E enquanto não te colhem,
Vais crescendo, subindo a serra que acompanha o mar,
Nas regiões Sul e Sudeste, entre platôs e planaltos,
Ambientes mais secos.
Mas estando em tanto lugares, um te escolheu primeiro:
A planta medicinal símbolo do Rio Grande do Sul.

Hoje continuam te receitando para febres e enxaquecas.
Nos tratamentos caseiros de problemas digestivos e intestinais.
Nos travesseiros para melhorar o sono e prevenir alergia respiratória.
Um sedativo.
Chá emagrecedor, macerada em água fria, como recomendam os índios.
Ou ainda em florais, indicado para aqueles que não deixam o outro falar...
E se recusam a ouvir,
Estimulando o saber "colher" o que está sendo dito.

Há dois maços de marcela no meu quarto, hoje...
E o cheiro salgado dela lembra minestrone...
Noite, frio, casa, aconchego, sopa, jantar em família.
Saudade!

Beijos perfumados de flores
Calmantes e belas
Apesar de amarelas!
Brisas!

Carla

segunda-feira, 18 de abril de 2005

Sobre o adormecer...

Entro pé ante pé no teu quarto...
Ah, criança que és, relutas ainda contra o sono!
Todas as cenas do dia em tua mente!
Aquelas últimas palavras amargas... esquece!
Deixa ficar aquelas palavras doces que tu não deste atenção.

Hoje tu não viste aquela menina de todo dia... que será feito dela?
Deus há de saber e amparar!
E aqueles amigos de tanto tempo... distantes!
Por que te lembrar deles agora, de repente?
Sopra também para eles, sobre as mãos do teu pensamento, aquele beijo de paz, aquele abraço apertado de irmão!
Eles hão de sentir, estejam onde estiverem... afinal, tu sentiste!
Reata e reaviva esses laços eternos de carinho que existem entre as almas afins.
Que são tempo, espaço e distância, ante o Amor?

Então deita teu corpo, fecha os olhos!
Agradeça a Deus mais um dia.
Tanta coisa ainda por fazer, tanto mundo a se descobrir, gente para se amar!
Mas descansa, agora.

E ouve minha voz, te dizendo na penumbra:

"Vou te embalar no meu canto,
Criar um recanto
Com flores e luz
Só pra te ver assim sorrindo,
Eu vou colorindo
A vida de paz
Porque eu descobri, amigo, que nada sou sem o teu carinho
Amigo, eu descobri, amigo, que nada sou sem o teu amor.
Por isso vou,
Por isso vou,
Por isso vou..." (*)

Teus olhos brilhando nos sonhos, teu sorriso...
Todo meu choro de alegria!
Rogo a Deus proteja tua noite e teu sono
Teus caminhos!
Pé ante pé, me vou...

Boa noite!
Beijos e brisas!


(e há tanta luz nas estrelas... :)

Carla

(*) o poema acima é a letra da música Amizade, de Marielza Tiscate.
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (2)
Aparece aqui pra me salvar nos meus pesadelos! No ritmo que está indo, vou acabar virando autor de livros de terror. Pior, não tinha pensado em documentar eles

Já estou vendo o lado positivo das coisas negativas... é o convivio.
æon | Homepage | 20.04.05 - 9:36 pm | #

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 Que linda msg, que linda garota! Ótimo feriado para vc! Bjs!
Luciana | Homepage | 20.04.05 - 5:43 pm | #

sábado, 9 de abril de 2005

O fantasma da ópera

Queridos!

Vi esse filme há algum tempo e fiquei encantada!

Hoje vi que o Nightwish também canta a música tema!
Ei-la: The phantom of the opera (O fantasma da ópera)

[CHRISTINE:]
In sleep he sang to me
In dreams he came
That voice which calls to me
And speaks my name
And do I dream again
For now I find
The Phantom of the opera is there
Inside my mind

[PHANTOM:]
Sing once again with me
Our strange duet
My power over you
Grows stronger yet
And though you turn from me
To glance behind
The Phantom of the opera is there
Inside your mind

[CHRISTINE:]
Those who have seen your face
Draw back in fear
I am the mask you wear

[PHANTOM:]
It's me they hear

[TOGETHER:]
My/your spirit and your/my voice
In one combined
The phantom of the opera is there
Inside your/my mind

He's there the Phantom of the opera
Beware the Phantom of the opera

[PHANTOM:]
In all your phantasies
You always knew
That man and mystery

[CHRISTINE:]
Were both in you

[TOGETHER:]
And in this labyrinth
Where night is blind
The phantom of the opera is there
Inside your/my mind

[PHANTOM:]
Sing my angel of music

Para ouvir um pouquinho de todas as músicas do filme...

Ainda estou meio hipnotizada...
Flutuando em melodias!
Fica a dica para o fim de semana...
Brisas!

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (6)
Oiiiiii !!voltei lindona.rs
Beijos e boa semana
Eterna | Homepage | 13.04.05 - 2:29 pm | #

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 Nao sabia que o nome da mocinha era Christine [bate uma nostalgia] ...vou ver esse filme!
æon | Homepage | 13.04.05 - 3:38 am | #

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 Não vi o filme, hummm vou tentar ouvir a música... valeu a dica. Boa semana. Bjs.
Luciana | Homepage | 11.04.05 - 4:28 pm | #

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Eu amo Nightwish, Amei O Fantasma da Ópera.. inesquecível..
Amei a lembraça que trouxe a mim..
Beijos amiga
Eterna Storm | Homepage | 11.04.05 - 2:50 pm | #

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Faz tempo......por isso a saudades falou mais alto e vi que dava tempo de lhe trazer um beijo......bom final de domingo.
de lhe trazer um beijo......bom final de domingo.
Patricia | Homepage | 10.04.05 - 11:50 pm | #

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Ouvi a versão com o Nightwish mas gostei mais da do filme mesmo!

Brisa | 10.04.05 - 10:29 am | #

quinta-feira, 31 de março de 2005

Um método

Queridos

Há muito tempo atrás, numa galáxia distante... :)
Tinha uma amiga de escola de conversas intermináveis.
Chegávamos bem cedo, bem antes do horário da aula e ficávamos passeando pelo pátio, de um lado para o outro, conversando, conversando, dividindo nossos pensamentos, nossas angústias e descobertas.
Claro que todo mundo achava que não regulávamos bem; mas isso não vem ao caso.
Hoje descobri que aquele jeito de "andar pensando" ou "pensar andando" é o tal método peripatético...

Das andanças pela net, achei esse texto aqui:

"Insisto em comentar as vantagens e desvantagens do mundo virtual.
Não perderei tempo em lembrar as vantagens, elas entram pela cara da gente, tornam-se dia-a-dia mais indispensáveis e mais fáceis de manuseio.
Fico então com as desvantagens, e uma delas me remete ao processo de pensar, de refletir.
Desde que Aristóteles criou o método peripatético, os melhores pensamentos da humanidade vieram quando filósofos, inventores, matemáticos, músicos e poetas obedeciam aquele processo de pensar caminhando, ou caminhar pensando.
Beethoven passeava na floresta quando voltou correndo, com a Sexta Sinfonia inteira na cabeça.
Kant era metódico, todos os dias saia para seu passeio à tarde, os vizinhos podiam acertar o relógio pela hora em que ele percorria o bosque de Königsberg.
E foi assim que ele criou seu monumental sistema dedicado à razão pura.
Strauss compunha suas valsas passeando pelos bosques de Viena e Anchieta escreveu seu poema nas areias de uma praia.
Ficar "plugado" a uma tomada pode ser prático, mas não é criador.
Viver "plugado" a uma corrente de pessoas e informações pode ser divertido e útil.
Mas agride o que o ser humano tem de melhor e mais insubstituível: o seu gosto, o seu erro, a sua miséria e sua glória".

(Cony, C. H - Folha de São Paulo, 22/08/2000)

Adorava aqueles passeios com minha amiga.
Adorava qualquer passeio comigo mesma por aí.
Nesses últimos dias, pude ter novamente esse prazer de andar sem pressa de chegar, pensando em mil coisas. Andando em boa companhia... :) Andando só.

Estar aqui, na rede, é muito bom.
Mas andar, fazer esse passeio físico (não só virtual) dá a inequívoca sensação de conexão com o Universo inteiro!

Não deixe de ir a sua janela hoje.
Colocar o nariz pra fora da porta.
Olhar estrelas, lua, nuvens...
Diamantes de poeira brilhando ao sol...
Ou pérolas orvalhadas pelas grades vizinhas, ou nas folhas...
Ter pensamentos bons!

Depois me conta,
De preferência, sorrindo
Que estás feliz por estar vivo!

Um beijo,
Brisas!

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (3)
Nossa... quantos caracteres estranhos sairam 8-|
~~Nuvem~~ | Homepage | 01.04.05 - 9:14 pm | #

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Essa história de fica "plugado" por muito tempo não faz mesmo muito bem a ninguém. Tecnologia serve para nos facilitar a vida, encurtar distâncias e principalmente, nos permitir mais tempo livre para nós mesmos. No entanto, muitos acabam se esquecendo que há vida sem internet. Perdem oportunidades excelentes de aproveitar relacionamentos reais (nada tenho contra os virtuais), de "curtir" a companhia de familiares ou até mesmo, como você disse, estarem consigo próprios. O ditado "a diferença entre o veneno e o remédio está na dose" serve também para essa overdose de tecnologia, não acha amiga? Beijo de quem sumiu, mas te traz no coração, querida Senhora dos Ventos...
~~Nuvem~~ | Homepage | 01.04.05 - 9:12 pm | #

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 Vou experimentar esses passeios... adoro o virtual, mas sem dúvida o contato com a natureza (até a nossa própria) é fundamental! Bjs e bom final de semana!
Luciana | Homepage | 01.04.05 - 11:48 am | #

domingo, 20 de março de 2005

Um sopro de esperança...


Queridos!

Quando era menor, naquelas brincadeiras de qual o contrário, sempre havia grandes discussões em certo termo...
Qual o contrário de morte?
Vá pensando...

Há alguns meses tenho lembrado-me insistentemente de ti.
Teu sorriso, teus olhos...
A última conversa que tivemos, que foi a primeira conversa de verdade!

Antes, tão crianças, eu te via como menino mau que era amigo do outro menino, que implicava com meu irmão...
Eras mais velho, mais forte e tinha medo de ti.
Então, nosso olhar era sempre a medição da distância, se era ou não segura.
Não lembro palavras, mas tu deves lembrar os silêncios.
A briga, depois.

Houve um dia, aquele dia, era uma quarta, que nos encontramos numa academia.
E no meio de tanta gente estranha [nem irmãos, nem amigos para defender :)], ficamos felizes por nos ver.
Já devia ter uns 16, você 18.
Foi a primeira vez que te vi diferente.
Teus olhos inesquecíveis...

E naquele mesmo ano, era sábado, por ti, entrei pela primeira vez numa igreja, para uma missa daquelas, de corpo presente.
Nunca entendi porque fizeram-te uma missa numa igreja católica, sendo tu judeu.
Nem quis perguntar.
Lembro os olhos de tua irmã, azuis como os teus, tão vermelhos de tanto chorar.
É certo que tudo seria diferente.
Sabia-te sempre vivo, mas não mais como antes.
A vontade de dizer isso a todos... mas como explicar sem ferir?

A proximidade da Páscoa, a eterna vitória da Vida sobre qualquer morte, suscitou-me essas lembranças.
Época tão grave, tão triste e tão feliz...

Nascimento, é a resposta.
O contrário de morte é nascimento.
Porque a Vida, essa não acaba nunca!

Que Deus te mantenha em paz, Iaron, proteja os teus, te faça feliz!
Saudade sempre temos, é natural...
Possa Deus estender por todos nós, filhos dessa Jerusalém que se tornou o mundo inteiro, perdão, esperança e paz!
Brisas perfumadas de rosas...

Carla

# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (2)
 É impressionante a capacidade q vc tem de falar a coisa certa na hora certa!Vc é especial Carla e já deve saber disso!Passei aqui pra dizer q estou viva e estou bem, com aquela força de sempre, mas bem!A vida está corrida por aqui, mas meu pensamento sempre está contigo. Um grande beijo!
Lakota | Homepage | 23.03.05 - 5:07 pm | #

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Carla, estive ausente por um longo tempo. Estou de volta. Obrigada por ter passado no meu cantinho.
Aqui tem algo de especial. Continue.
Beijinhos.
Yriana
Yriana | Homepage | 21.03.05 - 2:29 am | #

domingo, 13 de março de 2005

Dia de Poesia


Queridos

Poesia é tão bom! Carinho nas letras, brisa no rosto e aconchego na alma...
Poesia é de todo dia, mas acharam por bem, porque nosso querido Castro Alves nasceu num dia assim, de um sol assim (como não diria o Príncipe), decretarem 14 de março, o dia Nacional da Poesia!
Dia 21 de março é Dia Mundial da Poesia, mas ainda não descobri o porquê!
(Quem souber, por favor, me diga...)

Para saudar, um dos meus poemas preferidos da infância...
(Acho que descobri porque gosto tanto de reticências: influência de Heli Menegale!)

Que esses versos tenham o dom de deixar sua alma leve, como pétalas ao vento...

A ANTIGA MELODIA

de Heli Menegale

Sempre, sempre aparecia
aquela visão, apenas
se punha a morrer o dia...
Tinha umas mãos tão pequenas,
uma tão doce alegria
e maneiras tão serenas...
E me olhava... e me sorria...
Recolhia minhas penas.
Ficava... Depois, partia.

Nessas visitas terrenas
que de leve me fazia,
por longas horas amenas
era a minha companhia...
Sempre, sempre as mesmas cenas:
olhava-me, assim... sorria...
Falava-me... E, tão apenas,
uma secreta harmonia,
- um desfolhar de açucenas,
os meus ouvidos feria...

A sua voz parecia
o sussurro das falenas
a voar, de tão macia,
ou as doces cantilenas
que a clara fonte cicia...
Encantava-me... As avenas
que o manso rebanho ouvia
pelas montanhas helenas,
não tinham tanta magia...

Mas, desde um longínquo dia
(saudade, como envenenas...)
passou a ser fugidia
a linda visão; apenas
a sua mão, tão macia
como plumas, como penas,
por sobre mim se estendia,
e, em luzes extraterrenas,
eis que de novo partia...

Era em vão que eu lhe pedia,
na angústia de minhas penas:
- Espere, fique, Poesia...
Ela sorria-me, apenas...
Apenas; depois fugia...
- Amiga das horas plenas,
dá-me a antiga melodia;
ao exílio me condenas,
sem a tua companhia...

Um beijo em todas as brisas
Poéticas...

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (6)
Oiiiieeeeeeeeeee
FELIZ DIA DO BLOGUEIRO!
Passei pra conhecer e adorei...
Beijinhos de luz na sua alma!!!
Estrelinha | Homepage | 20.03.05 - 12:01 am | #

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Quanta coisa bonita! Seublog é emocionante! Parabens!
Bisa Maith | Homepage | 16.03.05 - 4:48 pm | #

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Poesia sempre deixa a alma mais leve. Linda essa!
Beijos
Tchela | 16.03.05 - 8:40 am | #

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 a vida anda precisando de poesia.. de mais sorrisos de mais " dares".. de mais" pares que andem de mãos dadas".. a vida pede mais luz, mais carinho, mais afinidade.. mais solidariedade.. mais sensibilidade... a vida escorre por entre os dedos pedindo...poesia....

bjo enorme de saudade!!! grcias pela força lá na Aldeia....
Bugra | Homepage | 16.03.05 - 12:06 am | #

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Realmente linda esta poesia!
Assim como tudo em seu blogé muito lindo....Um gde beijo e o desejo de que sua semana seja iluminada e tranquila.Obrigada pelo seu carinho em meu blog.
Patricia | Homepage | 15.03.05 - 1:40 am | #

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 Um beijo grande e ótima semana para vc.
Luciana | Homepage | 14.03.05 - 4:02 pm | #

sábado, 5 de março de 2005

Diálogo


Há muitas coisas que me dizes...
Eu ouço, reflito, considero.
Nem todas posso seguir, nem todas, quero
Entender-te apenas, não a mim.

Modo bonito de ver teu cuidado escondido
Em broncas, em descontentamentos,
E por que não demonstras claramente esses sentimentos?
Por que te escondes, revelando-te?

Eu sorrio, tu achas que é desconsideração
É admiração, é tanto brilho que vejo
Sinto em silêncio o não poder expressar o que desejo
Teus olhos, teu coração, o vento...

Brisas todas, meus olhares sobre ti
Sorrisos todos, meus desejos em preces sussurrados
O tempo, remédio sagrado sobre nossos cuidados
Amor... flores e perfumes, tenro abraço... sonhos bons!

Um beijo
Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (8)
Este é um lindo diálogo...
e marcia ming tem razão quando diz que somos solitários, que na realidade procuramos por nós mesmos. apesar de não comentar já venho aqui a algum tempo e sempre acho alguns cacos meus espalhados pelo seu jardim e embalados pela sua brisa...
Brisas são bem vindas em uma rosa dos ventos...
Wind | Homepage | 11.03.05 - 12:29 pm | #

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Que belo poema! Visitar sem blog é sempre uma festa! Parabens pelas coisas lindas que escreve! Pela sensibilidade e pela criatividade!Beijo matinal!
Bisa Maith | Homepage | 11.03.05 - 9:04 am | #

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 Olá, quanto tempo sem passar por aqui. Eu não estava conseguindo acessar, mas hoje deu certo! Como sempre um banho de sensibilidade. Bjs.
Luciana | Homepage | 10.03.05 - 5:39 pm | #

Querida, quanto tempo que não passo por aqui. Eu não estava conseguindo acessar a página, hoje deu certo. Como sempre, é um prazer enorme visitar seu espaço! Parabéns por tanta sensibilidade. Bjs.
Luciana | Homepage | 10.03.05 - 5:35 pm | #

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 Que texto lindo... essa brisa chegou aqui em forma de paz, alegria e esperança. Fez meu coração e minha alma sorrir!
Beijo gde e parabéns pelo nosso dia... ele representa nossas conquistas diárias !
Ana Paula | Homepage | 08.03.05 - 11:36 pm | #

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 Gostei, acho que vivemos uma vida solitaria, em busca não de outros e sim de nós mesmos, será que conseguiremos .
Sera q nossas preces serão atendidas??
abraços
marcia
marcia ming | Homepage | 08.03.05 - 11:07 am | #

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Oi Brisa! Oi Bugra! Saudades! Bjs.
Panis | Homepage | 06.03.05 - 12:57 pm | #

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 uma brisa brincalhona...risos.. como queria que esta Brisinha chegasse ao vivo e a cores aos olhinhos de meus meninas e meninos... passaste pela Aldeia.. deixaste tua energia.. contagiaste meu coração.. na segunda feira mostrarei a eles e direi que um moça linda chamada Carla, é mais um nomezinho a ser agregado nas orações das nossas manhãs...

bijo carinhoso na palma da mão!
BUGRA | Homepage | 05.03.05 - 9:12 pm | #


domingo, 27 de fevereiro de 2005

Três dias para ver...


Achei alguns textos antigos do blog...
Essa é uma republicação de uma mensagem de 27.02.2005!

Queridos,

o texto a seguir é um artigo de Helen Keller (1880-1968), publicado há mais de 70 anos no Reader’s Digest-Seleções.
Nesses tempos de internet, onde tudo se vê por uma tela, me peguei pensando se não estamos igualmente cegos em relação ao mundo, às pessoas, à vida... Vendo tanto e vendo nada!
Além de todo lirismo, delicadeza de sua alma, Helen traz aquelas verdades atemporais que todos nós precisamos ouvir de vez em quando...

Será que estamos usando bem os dons de que dispomos?
O que você vê aí, em volta de você?

"Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias, no princípio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silêncio lhe ensinaria as alegrias do som.

De vez em quando, testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. "Nada de especial", foi à resposta.

Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tato encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.

Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos, por apenas três dias.

Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia, gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas "janelas da alma", os olhos. Só consigo "ver" as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.

Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?

Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam.
Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!

O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.
À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.

No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.
Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra - os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.

Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tato as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.

Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tato. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.

À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restrita ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.

Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.

Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.

Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.

Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.

Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas acho que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.

À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.

Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Mas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.

Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tato. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso."

Doces visões para todos!
Suaves brisas...

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (3)
Eu acho que nosso maior mal é ficar chorando o que perdemos sem tentar aproveitar o que ainda nos resta. Beijo!
Bisa Maith | Homepage | 01.03.05 - 2:32 pm | #

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 Parabéns pelo magnífico texto!
realmente a vida passa fazendo um alrde enorme e não conseguimos ouvir,qto mais ver a explosão de vida que acontece todos os dias!Amei ter estado aqui depois de muito tempo.Um beijo lindinha e que sua semana seja cheia de cores e amores.
Patricia | Homepage | 28.02.05 - 1:26 pm | #

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 Emocionou-me esse texto e fico aqui pensando: qto de tudo isso q foi relatado nós deixamos passar em branco? Ou por falta de tempo, ou por termos prioridades inadiaveis...e o tempo passa e qdo percebemos, estamos cegos. Cegos do coração...Bjos e muito obrigada por mais essa lição!
Lakota | Homepage | 28.02.05 - 1:12 pm | #


domingo, 20 de fevereiro de 2005

Aniversário de um ano!!!

Queridos!!!

Então, dia 21 de fevereiro este blog fará um ano.
Tudo nasceu de uma das muitas conversas com Wagner, em que eu, plenamente analfabeta sobre essas coisas de informática, pedi: um dia me ensina a fazer um blog?
Poucos minutos depois surgia o Pensamentos da Brisa.

Um ano depois, posso dizer que aqui escrevi revelando-me, outras vezes escrevi instruindo-me, diversas vezes escrevi aliviando-me e se feri alguém com palavras não tão gentis, peço desculpas.

Aqui pude encontrar os tais "contatos", alguns dos quais se tornaram amigos.
Gente que nunca vi, gente que tenho intenção de encontrar, gente que de alguma forma recebe meu carinho, como recebo o deles também.

Enganei-me muitas vezes achando que as pessoas para as quais a gente mais se desdobrava, seriam pródigas da mesma atenção; como pessoas que não cuidava com tanto zelo, e que me foram essenciais, diria imprescindíveis, em momentos difíceis desse ano findo.

O objetivo do blog, no entanto, foi levar, com palavras, o que eu levaria, com olhares e carinhos, se estivesse pertinho de ti: um alento, um refrigério, uma pequena pausa, um incentivo, um sorriso de reflexão, uma nova esperança.
Foi e continua sendo.
Sem pretensão de resolver problema algum, nem de ministrar lição a quem quer que seja, mas dar tempo a que tu descubras a sabedoria imensa, toda força que existe dentro de ti.

Mantive-me fiel a esse objetivo? Não!!! Muitas vezes as palavras aqui ditas eram um enorme pedido de socorro para mim. :)

Tudo bem, também preciso de incentivo e refrigério, e os comentários, de vocês para mim, hão de ter sido úteis, não só para mim, mas para outros visitantes, quem sabe atravessando as mesmas estradas... Por isso falem sempre!

E, para dar algo de substancioso a essa prosa, vou transcrever aqui a passagem de um livro que há muito desejava ler e só agora tenho em mãos. Sobre o livro, por enquanto posso dizer que conheci-o através da biografia de personalidades que admiro e que ele foi escrito em plena Idade Média, de um monge para outros monges.

Eis então as palavras que têm sido minha meditação desses dias:

"Não se há de ter grande confiança no homem frágil e mortal, por mais que nos seja caro e útil; nem nos devemos afligir com excessos, porque, de vez em quando, ele nos contraria com palavras ou obras.
Os que hoje estão contigo, amanhã talvez sejam contra ti, e reciprocamente, pois que os homens mudam como o vento.
(...)
Todas passam, e tu igualmente passas com elas; toma cuidado para não te apegares a elas, a fim de que não te escravizem e te percam."

Tomás de Kempis (1380-1471), in Imitação de Cristo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

Fotos de feriado

Hoje, se pudesse, só publicaria imagens...
Imagens que foram pouco a pouco captadas ao longo do dia como fotografias

O sol filtrado pela cortina do quarto de manhã
O biquini vermelho usado pela primeira vez
A rua deserta, quase, só vento nas árvores
O caminho do Alto, curvas verdes de folhagens debruçadas
As cascatinhas plenas de água jorrando, por causa das chuvas de antes
O filete escuro qual sangue escorrendo pela testa e nariz da Pedra da Gávea
Os avisos de área de risco nas encostas úmidas
O sol pleno na expectativa do som das ondas quebrando longe por detrás das montanhas
As pessoas todas chegando!
E com as pessoas, os sorrisos, apetrechos, alegrias a serem vividas
A vaga encontrada com o guardador de chapéu branco
A sandália trocada pelos chinelos
A areia redescoberta, pequenas pedrinhas transparentes e translúcidas,
Todas suavemente arredondadas
Conchas em profusão
A plaquinha vermelha dizendo algo que a miopia não conseguiu desvendar
Salva-vidas por perto
Helicóptero e surfistas
E o mar, todo ele, ondas abruptas, maiores que eu!
O mar, todo ele, um poço de lágrimas
Cabelos sacudidos ao vento... cheio de areia! :)
A brisa respingada de água do mar, soprada constantemente...
Sal sobre a pele
A Pedra da Gávea, agora seca e plena, contrastando escura o céu azul
O tempo, o vento, o sol...
A mão na janela a sentir a velocidade do carro
O desgaste arredondado das areias da praia ainda em meus cabelos
A rosa vermelha desabrochando hoje em minha janela
A certeza infinita de que tudo passa
Tudo passa...

Brisas perfumadas de sal e luz!
Carla

# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Um vento soprado... (1)
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De sopros a ventanias...

 Obrigado !!!!!

Por este porto seguro de inteligência, vida e bons ares !!!

Te encontrei depois de uma navegada solitária de blog em blog sempre encontrando as maiores nulidades possíveis.

Você me trouxe os climas de que precisava, as cores que eu gosto os perfumes que procuro.

Obrigado por existir !

Continue assim.
Paulo | 28.03.05 - 1:23 am | #

segunda-feira, 31 de janeiro de 2005

Sobre o tecer


"É tecer o tecido com fios desfiados de vosso próprio coração, como se vosso bem-amado fosse usar esse tecido." Gibran Khalil Gibran

Fiar

Quisera tecer em palavras os fios dessa saudade
Fios escuros de noites em claro
Fios claros de conversas obscuras
Fios delicados de poemas inconfessos
Fios de pensamento religados no Universo...
Fios de internet, fios de eletricidade
Fios de magnetismo espiritual e humano
Fios de mensagens digitadas e impressas
Fios de palavras nunca ditas...
Fios coloridos de sonhos compartilhados
Fios tênues de tristezas divididas
Fios fortes de certezas encontradas
Fios transparentes de verdades reveladas
Fios de prece, fios de medo
Fios de maldade e bondade entrelaçados
Fios de doce e amargo em nossa boca
Fios de suspiros e merenguinhos e pastelinas
Fios de anatomia do corpo e da língua falada
Fios de sotaques e melodias diferentes
Fios de canções e músicas
Fios de silêncio e contemplação
Fios tantos, de tantos jeitos
Que emaranhados em tua teia, em minha teia, estamos
Em todos os fios juntos, em fios de amor...
Fios de amor que desmancham
Todos os outros fios...
Fios de amor que recompõem
Fios de saudade e esperança
Desfiados todos nas letras desse poema
Que não pude escrever pra ti...


Desfiar

Fios todos, de tantas amarrações
Fios desfeitos mil vezes, subitamente
Reatados nós, mil vezes, cada vez
Tempestades - cada raio - um ponto desfeito

Hoje os laços se desmancham naturalmente
Os gostos descobertos
Os gostos diferentes
Desfiados, quase todos...

Pipas ou pandorgas - livres
Botes e veleiros - livres
Sonhos, esperanças - livres
Fios coloridos no azul do céu

Apenas um fio permanece

Por sobre todos os tempos e distâncias
Por sobre todos os gostos e caminhos
Feito seda, feito nylon, feito aço
Forte, extenso, invisível

Fio de amor - cada dia mais sublimado
Fio de luz - alimentando serena felicidade
Fio de olhar - todo ele silencioso não-dizer
Fio de desfiar, libertar, viver

Em paz!

Brisas, todas, amenas!
Carla

# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (4)
De sopros a ventanias...

Quanta energia boa sinto aqui. Versos na brisa e a brisa é sensível. Obrigada por compartilhar suas emoções conosco. Bjs.
Luciana | Homepage | 03.02.05 - 12:30 pm | #

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 Doces ventanias que nos levam a grandes feitos.
Beijos, meu novo end.
Manu | Homepage | 02.02.05 - 3:03 pm | #

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 Oba, gente sensível aqui. Abraços, Marcelino
Marcelino | Homepage | 01.02.05 - 6:54 pm | #

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Bom, não tem muito o que dizer ! Lindo o texto, estás (como sempre) de parabéns !
Brother Wolf | Homepage | 31.01.05 - 9:24 pm | #

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Mensagem secreta!

Queridos!

Naturalmente posso contar com a discrição de vocês de não sair espalhando por aí...
Eis então a mensagem secreta!

Acho que nunca terei coragem de dizer
Porque só de pensar na possibilidade...
Bom, choro mesmo!

Mas aquele dia, aquela cena...
Tão banal pra tanta gente
Foi um ápice de felicidade pra mim!

A gente no carro,
Subindo o alto...
Chovendo e frio (por causa do ar, claro!)
E tua voz cantando com a minha
A plenos pulmões...

"O amor é o calor que aquece a alma
O amor tem sabor pra quem bebe a sua água"

E risos...

"Faz muito tempo, mas eu me lembro você implicava comigo
Mas hoje eu vejo que tanto tempo me deixou muito mais calma
O meu comportamento egoísta, o seu temperamento difícil
Você me achava meio esquisita e eu te achava tão chata

Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino
Viver é uma arte, é um ofício
Só que precisa cuidado
Prá perceber que olhar só prá dentro é o maior desperdício
O teu amor pode estar do seu lado

O amor é o calor que aquece a alma
O amor tem sabor prá quem bebe a sua água"

(Do seu lado... do Nando Reis, na voz gostosa do Jota Quest... na ordem dos sonhos da minha memória!)

Te amo tanto, mãe!
Como te admiro!
Te ouvir rir assim é tão bom!

Beijinhos e brisas!

Não vão contar, hein!
Beijos e carinhos de brisas pra vocês também!

Carla

# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Agora já é ventania... (5)
Oi! A gente está se desencontrando hoje. Passei a manhã inteira no msn, e agora são 14:15 e tenho que sair. Acho que devem ser 10:15 aí? Quem sabe de noite a gente se vê, não sei que horas estarei online.
Um abraco!
Andrea | 29.01.05 - 9:21 am | #

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Que texto lindo!
É uma música? Achei que fosse poesia.
Beijos!
Andrea | 29.01.05 - 7:06 am | #

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Como sempre, belas palavras em um visual maravilhoso. Bjs.
Luciana | Homepage | 27.01.05 - 12:48 pm | #

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Eu adoro essa musica!!E de onde é o Jota Quest? Da minha terra!!!!rsrssr. BJos moça!!
Lakota | 27.01.05 - 9:23 am | #

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Carlinha..
Este é o verdadeiro sentimento, acho que se todos agíssemos de forma sincera sem medo de dizer a verdade teríamos menos maldades..
Mas todo mundo aprende né..
Um Super Beijo e parabéns
Manu | Homepage | 26.01.05 - 2:33 pm | #

sábado, 22 de janeiro de 2005

Sobre o não saber

Ele era um menino quieto, o que era um alívio para os adultos em volta…
Alívio?

Aos cinco anos, sua professora de jardim pediu aos alunos que fizessem um desenho de alguma coisa que eles amavam.
E ele, silenciosamente, desenhou a sua família.
Depois, traçou um grande círculo com lápis vermelho ao redor das figuras.
Ele olhou, olhou… Acima do círculo, ele queria escrever algo importante… mas ele ainda não sabia escrever.
Então, ele saiu de sua mesinha e foi até à mesa da professora.
"Professora, como a gente escreve…?"
Ela não o deixou concluir a pergunta. Mandou-o voltar para o seu lugar e não se atrever mais a interromper a aula.
Ele dobrou o papel e o guardou no bolso.

Quando voltou para casa, naquele dia, ele se lembrou do desenho e o tirou do bolso.
Alisou-o bem sobre a mesa da cozinha, foi até sua mochila, pegou um lápis e olhou para o grande círculo vermelho.
Sua mãe estava preparando o jantar, indo e vindo do fogão para a pia, para a mesa.
Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para ela.
"Mamãe, como a gente escreve…?"
"Menino, não dá para ver que estou ocupada agora? Vá brincar lá fora. E não bata a porta."
Ele dobrou o desenho e o guardou no bolso.

Naquela noite, ele tirou outra vez o desenho do bolso.
Olhou para o grande círculo vermelho, foi até à cozinha e pegou o lápis.
Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para seu pai.
Alisou bem as dobras e colocou o desenho no chão da sala, perto da poltrona reclinável do seu pai.
"Papai, como a gente escreve…?"
"Ei, estou lendo o jornal e não quero ser interrompido. Vá brincar lá fora. E não bata a porta."
O garoto dobrou o desenho e o guardou no bolso.

No dia seguinte, quando sua mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso da calça do filho enrolados num papel, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas de gude.
Todos os tesouros que ele catara enquanto brincava fora de casa.
Ela nem abriu o papel. Atirou tudo no lixo.

Os anos rolaram…
Quando aquele menino já tinha 28 anos, sua filha de cinco anos fez um desenho.
Era o desenho de sua família. O pai riu quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e disse:
"Este aqui é você, papai!"
A garotinha também riu.
O pai olhou pra o grande círculo vermelho feito por sua filha, ao redor das figuras e lentamente começou a passar o dedo sobre o círculo.
Ela desceu rapidamente do colo do pai e avisou: "eu volto logo!"
E voltou. Com um lápis na mão. Acomodou-se outra vez nos joelhos do pai, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande círculo vermelho e perguntou:
"Papai, como a gente escreve...

...amor?"

Ele abraçou a filha, tomou a sua mãozinha e a foi conduzindo, devagar, ajudando-a a formar as letras, enquanto dizia:
"Amor, querida, amor se escreve com as letras

T E M P O."

Quanto tempo leva para descobrirmos o tempo perdido? O amor desperdiçado?

Quanto tempo quietos dobrando mil vezes o mesmo desenho, procurando saber…

Há os que gritam, incomodam… a ânsia de saber é a mesma…

E os silenciosos?

O tempo é questão de escolha…

Todas as brisas… todo o tempo!
Carla

Baseado no capítulo Círculo de amor, de Jeannie S. Williams, do livro Histórias para o coração da mulher, de Alice Gray, Editora United Press, 2002.
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Sopre seus ventos (0)

sábado, 15 de janeiro de 2005

À beira do fogo

É tão bom te ouvir sorrir
Como ouvir um regato a correr
Às vezes diviso em teu olhar
Paisagens perdidas, pastos, montanhas
Um cheiro de lendas às vezes te envolve
Teus cabelos lisos escorrem estrelas
De noites inteiras à beira do fogo
Tão perto de Deus
Tua voz, de repente, me soa
Silente, como vento a roçar as árvores
Às vezes, no vento, a fúria das tempestades
Às vezes, diviso, miragens
Que se dissipam no teu jeito alegre
Que de repente... de novo!
Inventa de reinventar o vento
Que sopra de ti
Em noites inteiras passadas
À beira do fogo presente
Tão perto de Deus... futuro!
Futuro tão perto...

Brisas nas brasas
Dormidas do teu coração!

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Um vento soprado... (1)
Adorei o novo visual! E amei a poesia!
Tenha um fim de semana fantasticamente bom!
Letícia | Homepage | 21.01.05 - 4:08 pm | #

domingo, 9 de janeiro de 2005

Viva em paz

Queridos!

Começo de ano, praticamente todos os votos trocados pedem por PAZ!
Muito mais do que saúde e prosperidade, a Paz tem sido o item em pauta esses dias...
E, dentre todas as mensagens que já li, esta veio como tornado despertador.
Estou meio jibóia do Pequeno Príncipe (lembra, logo no início do livro?), digerindo as verdades que encontrei nela.
A impressão que tenho é que vou passar a vida inteira pensando e tentando me aproximar disso...
Talvez tenha chegado mesmo a hora de amadurecer.

Esperando que seja útil também a vocês, queridos...
Com votos de verdadeira paz!
Viva em Paz

Você é membro da família universal.
A importância que se atribui ou não, tem a dimensão que você lhe dá.

Porque não é o centro da vida, despreocupe-se em relação aos outros.
Não se importe se é ou não amado; se lhe oferecem ou não bondade; se é aceito ou rejeitado.

Quando alguém usar de violência ou de generosidade em relação a você, descarte qualquer merecimento nessa ocorrência.
Você é somente pretexto para que o próximo se desvele.

Quando alguém o agrida ou ame, a si próprio se violenta ou se estima.
Você é apenas o móvel daquela manifestação que está latente nele.
Não fosse você e aquela exteriorização seria dirigida a outrem.
Por isso, não se agaste com ninguém ou coisa nenhuma.

Quando você se irrita ou se pacifica com uma pessoa, ela foi só o motivo da sua realidade íntima, que então se irradia do seu mundo interior.
Trabalhe-se intimamente, domando as suas paixões de qualquer espécie.
Auto-analise-se com severidade.

O que você vê fora, resulta do que você cultiva por dentro.
O conceito que você supõe que os outros fazem a seu respeito é o conceito que você faz de si mesmo.

Ao compreender que tudo é conforme a sua própria realidade e que você deve melhorar-se sem a presunção de modificar os outros, você principiará a viver em paz, sem que lhe atinjam o elogio ou a calúnia, o apoio ou a repreensão...

Você faz parte da vida e é vida em desdobramento na direção da Vida plena.
Assuma o seu papel e execute a sua parte, na esfera do seu autoburilamento espiritual.

Marco Prisco

Todo meu carinho em brisas,
Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Sopre seus ventos (0)

sábado, 1 de janeiro de 2005

Amizade

Queridos

Doce é começar (ou recomeçar) falando sobre amizade.
Deixo aqui um texto de Gibran, do livro O Profeta.

Para cada amigo, especial como cada um é, uma brisa também especial.
Um alento, um afago, um sorriso...
E todo meu amor nas letras.

"E um adolescente disse: "Fala-nos da amizade".
E ele respondeu, dizendo:
"Vosso amigo é a satisfação de vossas necessidades.
Ele é o campo que semeais com carinho e ceifais com agradecimento.
É vossa mesa e vossa lareira.
Pois ides a ele com vossa fome e o procurais em busca de paz.
Quando vosso amigo manifesta seu pensamento, não temais o 'não' de vossa própria opinião, nem prendais o 'sim'.
E quando ele se cala, que vosso coração continue a ouvir o seu coração.
Porque na amizade, todos os desejos, ideais, esperanças nascem e são partilhados sem palavras, numa alegria silenciosa.
Quando vos separais de vosso amigo, não vos aflijais.
Pois o que amais nele pode tornar-se mais claro na sua ausência, como para o alpinista a montanha aparece mais clara, vista da planície.
E que não haja outra finalidade na amizade a não ser o amadurecimento do espírito.
Pois o amor que procura outra coisa a não ser a revelação de seu próprio mistério não é amor, mas uma rede armada, e somente o inaproveitável é nela apanhado.
E que o melhor de vós próprios seja para vosso amigo.
Se ele deve conhecer o fluxo de vossa maré, que conheça também o seu refluxo.
Pois, que achais seja vosso amigo para que o procureis somente a fim de matar o tempo?
Procurai-o sempre com horas para viver:
Pois o papel do amigo é o de encher vossa necessidade, e não vosso vazio.
E na doçura da amizade, que haja risos e o partilhar dos prazeres.
Pois no orvalho de pequenas coisas, o coração encontra sua manhã e se sente refrescado."

Feliz 2005!
Que teus olhos possam sempre ver os amigos presentes em teu caminho!
Eu entre eles!
Beijos e brisas!

Carla
# Soprado aos quatro ventos pela Brisa | Sopre seus ventos (0)