sábado, 27 de maio de 2006

Sobre o casamento

Queridos!

Achei este texto de João Batista Armani, do qual transcrevo alguns trechos interessantes...


Para o Espiritismo, o casamento se concretiza pelo compromisso moral dos cônjuges e é assumido perante o altar da consciência no Templo do Universo. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.

Casar é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges.




(...)

Os cônjuges, em sua grande parte, não percebem que na associação conjugal, uma alma não se funde a outra; assim, permanecerá cada qual com seus gostos e seus desgostos, caminho afora.

Casar quer dizer adaptar-se ou ajustar-se. Casar é ter os mesmos ideais, as mesmas preocupações, os mesmos sentimentos e as mesmas aspirações.




(...)

É preciso praticar a caridade no lar para salvar o casamento. A meditação, a oração em conjunto, a procura do bem em toda parte, auxiliarão a paz no lar. Poderíamos defini-la como uma ginástica diária, onde os principais exercícios são: perdão, tolerância, atenção, respeito e renúncia.

O perdão é o treino da compreensão. Se procurarmos compreender o familiar, sem o vinagre da crítica, identificaremos em seus momentos menos felizes a simples exteriorização de conflitos íntimos em que se debate, e não nos magoaremos.

A tolerância é o treino da aceitação. Cada ser humano está numa faixa de evolução. Não podemos exigir mais do que cada um tem para dar. E ninguém é intrinsecamente mau. É preciso lembrar ainda que as pessoas tendem a comportar-se da maneira como as vemos. Estar sempre apontando defeitos é a melhor maneira de fazer estes defeitos crescerem. Identificar pequenas virtudes é uma forma de desenvolvê-las.

A atenção é o treino do diálogo. Quando os componentes de uma família perdem o gosto pela conversa, a afetividade logo deixa o lar. É preciso saber ouvir, dar atenção ao que dizem os familiares e, principalmente, reconhecer que nos momentos de divergência, eles podem estar com a razão.

O respeito é o treino da educação. É grande o número de lares onde as pessoas discutem, brigam, xingam-se e até se agridem, gerando uma atmosfera psíquica irrespirável que torna todos nervosos e infelizes. O problema é falta de auto-educação, a disciplina das emoções, reconhecendo que sem respeito pelos outros caímos na agressividade.

A renúncia é o treino da doação. Há algo de fundamental para nós, sem o que nossa alma definha. Chama-se amor! Quantos lares estariam ajustados e felizes; quantas separações jamais seriam cogitadas, se num relacionamento familiar, pais e filhos, marido e mulher, irmãos e irmãs transmitissem carinho com mais freqüência àqueles que habitam sob o mesmo teto: “Sabe, eu gosto de você!” Há muitas maneiras de dizer isso:

um bilhete singelo,
a lembrança de uma data,
o elogio sincero,
o reconhecimento de um benefício,
a saudação alegre,
a brincadeira amiga,
o prato mais caprichado,
o diálogo fraterno,
o toque carinhoso...

Tudo isso diz, na eloqüência do gesto, que gostamos do familiar. Não há nada mais importante em favor da harmonia doméstica. Para tanto é preciso que aprendamos a renunciar. Renunciar à imposição agressiva de nossos desejos; renunciar às reclamações e cobranças ácidas; renunciar às críticas ferinas; renunciar ao mutismo e a cara amarrada quando nos contrariam... Renunciar, enfim, a nós mesmos, vendo naqueles aos quais a sabedoria divina colocou em nosso caminho a gloriosa oportunidade de trabalhar com Deus na edificação dos corações, e recebermos em nosso lar o salário da paz.

Com semelhantes exercícios em torno da caridade descobriremos no lar afinidades novas, motivações renovadas, afetos insuspeitados, a garantirem uma vida familiar saudável e feliz.

O lar é o laboratório de experiências nobres em busca de avanços morais e espirituais, onde os seres se depuram em preparo para realizações mais elevadas nos domínios do Criador. Treinamos na família menor habilitando-nos para o serviço à família maior que constitui a Humanidade inteira.

Emmanuel nos diz que a felicidade existe sim, porém, para usufruí-la no Outro Mundo, precisamos aqui na Terra admitir “que ninguém pode ser realmente feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho que avança”.




Uma flor para ti, amado...
Desabrochando, como nós!

Todo carinho em girassóis e brisas...

Carla

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