terça-feira, 7 de fevereiro de 2006

Um passeio...

Acordar com um sopro sobre o rosto!
E antes mesmo de perceber tua presença, sabê-la. Olhar e não ver. Duvidar...

Era assim feito neblina desfeita pelo sol, mas ainda neblina.
Ainda sonho, ainda esperança, ainda fumaça esvanecendo no ar.
Ainda um toque de frio contra o calor do sol.

Então eram todos os sons despertos: os carros, os ventos, os ditos, as risadas, os lamentos...
E a única voz não ouvida soando tão alta no silêncio da minha expectativa.

Dias aqueles, em que se vive por um carinho que pode não vir...
E se perceber viva ainda...

Ternuras
Pétalas de rosas brancas acetinadas
Sopradas com toda esperança da alma
Ao vento
Para que cheguem ao seu destino

Brumas...
Graças a Deus já é dia!
Graças a Deus estou viva!

Há algo verde brilhante como seiva
Sorrio flores
Anseio o sol
Chuvas
Brisas


Claude Monet, 1875
The Promenade, Woman with a Parasol


Beijos de serenidade
Nas brisas,
Meu olhar sobre ti!

Carla

Um comentário:

  1. Algo no seu texto me levou a um poema que escrevi. Deve ter sido o post com suas palavras carregadas de emoção, ou teria sido seu comentário tão carinhoso no meu flog? Não sei, mesmo assim aí vai!

    MÃE TERRA

    Hoje vim sozinha
    Esperei minha diaba cochilar
    E saí de leve

    Não quis a companhia dela
    Queria estar diferente
    Vir desarmada

    Ser apenas eu
    Ter apenas você
    Sem coisas pré-concebidas

    Hoje trouxe minha ninfa
    Minha luz prateada
    E minha paz

    Hoje não quero ser sua mulher
    Quero ser apenas mulher
    Ter o colo macio

    Nele deitar sua cabeça
    Recolher seu cansaço
    Acarinhar sua tristeza

    Hoje trouxe as ervas e a música
    Trouxe ungüento para o seu coração
    E uma canção indígena

    Vim andando
    De pés no chão
    Para te trazer a Mãe Terra

    Hoje não trouxe a mulher
    Nem trouxe a menina
    Hoje só trouxe meu colo

    Hoje tenho o calor do Sol
    Num coração de Lua
    Vem, deita no meu colo.

    Melanie
    4/9/2004

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