quarta-feira, 14 de abril de 2004

Dos sonhos

É quando anoitece que tenho mais clara essa impressão...
Eu sei que tu querias que eu acreditasse que tudo fosse um sonho
E o passar dos dias, como o vento levando a areia das dunas
Levasse embora também todas as esperanças e saudades
Mas tu te esqueces de que eu me lembro
E lembro muito mais do que podes imaginar...
Eis que o feitiço virou-se contra o feiticeiro
E és tu quem esqueces suavemente
Todas as canções de ninar...
E eu vejo nitidamente os contornos dos teus sonhos
Evaporarem-se como névoa ao amanhecer
E ter consciência do teu esquecimento dói mais que a lembrança toda...
Mas hei de sorrir novamente...
Um dia, (profetizo - e gosto agora do que faço)
Tu voltarás por outros caminhos
Tu não te lembrarás de nada mais, mas uma suave impressão
Uma vaga certeza te dissipará todas as dúvidas
E eu te sorrirei senhora de todas as lembranças
E direi: sê bem-vindo a tua casa!
E terás de novo a sensação de reencontrar uma irmã de muito tempo,
Tanto tempo, tanto tempo, todos os ventos...
Porque, na verdade, nunca abandonastes meu coração!

"So dream, and your dreams will come true" (A Nightingale's Lullaby)

Todas as brisas!
Carla

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