segunda-feira, 5 de abril de 2004

Chorar de tristeza e chorar de saudade

Uma brisa apenas...
É o suficiente para a gente se perceber completamente distante do local onde se está...
Vêm as lembranças, como em brisas, embaladas em sentimentos diversos... E com elas, as brisas, as lembranças (minha mãe falando: vento de chuva!), vêm também as lágrimas...

Chorar, se chora, por tantos motivos... E há, entre eles, o chorar de tristeza e o chorar de saudade...

Chorar de tristeza é tomar remédio amargo, sabendo que não vai adiantar... Lembrar, torturando-se de tudo e começar a conjecturar... Por que foi assim? Qual o motivo oculto? E as respostas, ou não existem lógicas, ou são outros tantos labirintos de suposições infelizes que só podem levar a lugar nenhum... Choro em vão, de quem não vai conseguir resolver nada... Mas, acaba por aliviar, caso deixemos a mão leve e doce do cansaço cerrar nossas pálpebras numa espécie de morte de tudo o que é infeliz... Abrir os olhos de novo é acordar em outra vida!

Chorar de saudade é beber suco de uva como vinho... e ter certeza que é vinho. É um suave reviver... sentir de novo tudo o que sentimos... ah, magia da saudade, que nos faz ter de novo 20, 15, 12 anos e a plena consciência de que agora podemos apreciar tão melhor esses momentos... Chorar de saudade é uma garoa num dia abrasivo... Um sossego, uma unção... É sorrir, pleno de sabedoria e de esperanças, sem se saber bem em quê... no fundo, sabendo que em Deus...

Felizes os que podem e sabem chorar...
E fazem de suas lágrimas bênçãos líquidas, que alimentam sorrisos...
Eis que a brisa passa, e alguém te chama...
O feliz presente, tempo de criar e ser, e construir novas lembranças e saudades, está todo aí, em tuas mãos...
Por onde andaste? Perguntar-te-ão...
Tu sorrirás aquele sorriso (the secret smile that you use only for me)...
E daqui, hei de sorrir também...

Ventos de saudade...
Sopros de esperança...
Alento de flores...
Todo meu carinho em brisas!

Carla

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