segunda-feira, 15 de março de 2004

O cheiro da uva rosada e as saudades

Boa noite, alma querida!
Eis que um dia foi povoado de aromas... foi o dia do hortifruti...
E no meio daquela confusão de gente querendo pegar justo o que você escolheu, reclamando dos preços e tanta coisa... há aquele segundo que são eternidades: a cor das cenouras... a pele lisa e brilhante dos tomates... ah, e o fabuloso cheiro das uvas rosadas...
Não sei bem se porque não consigo chupar uva, ou se pela lembrança... A impossibilidade de se "provar" o cheiro que o torna místico para mim...
Meu avô, a parreira em casa, eu colhendo os cachos com aquela tesourinha, a descoberta dos ninhos de passarinho no meio das folhas, a sombra, a chuva, o cheiro da uva...
E quem me visse meditando enquanto escolhendo os limões, sentindo de novo na pele a finura dos espinhos do limoeiro, o sol, o sal, a salada e o almoço...
A casa sempre batida pelo vento, que quando vinha pela frente, era carregado do cheiro das margaridas, e quando virava, do cheiro das uvas, do limão...
Saudades da casa da Oma... de tudo que agora só existe no meu pensamento...
E no teu, que sentiste comigo e lembraste de outras tantas casas e frutas e manhãs de sol e aromas inconfundíveis...
Teu nome chamado com ternura por quem quer que seja na tua lembrança...

Vem, alma querida de minh'alma, brincar de novo comigo por esses quintais!

Todas as brisas perfumadas...

Carla

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