domingo, 19 de setembro de 2004

Floresta da Tijuca - passado e futuro


Estamos iniciando a Semana da Árvore (vocês se lembram disso da escola, com certeza!) e, entre poemas e imagens, entre brados de socorro e ações de preservação, minha contribuição é apresentar a nossa Floresta da Tijuca, parte do Parque Nacional da Tijuca.

Há uns dias atrás, no feriado, tive oportunidade de desfrutar dessa Floresta!
Mas, esta exuberância toda já passou por dias de penúria!

(Foto aérea com a demarcação do Parque Nacional da Tijuca)


Registram os arquivos históricos da cidade que, no início do século XVI, tupis e tamoios conviviam (nem sempre pacificamente) por aqui, sem, no entanto, alterarem, com suas presenças, a densa cobertura florestal de Mata Tropical Pluvial.

Com a fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1565, madeira tornou-se material necessário para construções e energia (lenha e carvão).
E, num Sim City lento e progressivo, lá se foi nossa floresta madeira abaixo!
Depois veio a cana-de-açúcar! 120 engenhos em 1797!
Depois chegou o café! E só mesmo os "grotões inacessíveis permaneceram com cobertura florestal".

Conseqüentemente, veio o inevitável. Uma grande seca (com tanto mar em nossa volta!) em 1844, fez as autoridades proporem desapropriações e plantios de algumas áreas para salvar os mananciais do Rio. 12 anos se passaram até as primeiras desapropriações começarem. Em 1861, foram criadas a Floresta da Tijuca e a Floresta das Paineiras.

Aqui vem a parte boa: cerca de 100.000 árvores foram plantadas, trazidas das áreas vizinhas (Pedra Branca, Guaratiba, etc.). E, de 1875 a 1888, a Floresta da Tijuca foi ressurgindo, todo o café foi sendo substituído por outro tipo de vegetação, sob a responsabilidade do Barão Gastão H. de Escragnolle. Desde então, a Natureza veio retornando à área e hoje temos o Parque com uma flora rica e diversificada.

Viu? É possível!

(Vista de Satélite do Parque Nacional da Tijuca)

Porém... a história se repete, devido à ocupação desordenada das encostas. Um programa de computador que faz projeções de 12 em 12 anos (de novo 12! que estranho!), elaborado na tese de doutorado do engenheiro cartógrafo peruano Jesus Fernando Mansilla Bacca, do IG/UFRJ, com base em mapas de uso e cobertura de solo da Floresta Nacional da Tijuca, mostra perspectivas não tão animadoras...

De novo?

Semana da Árvore de 2004...
Qual será a sua semente?

Brisas carregadas de pólen e perfume,
Flores e esperanças!

Carla

Muitas outras informações e imagens belíssimas podem ser encontradas nesses sites:
Floresta da Tijuca
Parque Nacional da Tijuca
Ciência Hoje

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