sábado, 26 de junho de 2004

Luz em meu caminho

João
A gente se conhece há sete anos...
Tantas coisas aconteceram em nossas vidas nesses dias...
E é tão impressionante como ainda há surpresas e alegrias a se viver...
Eu sei que cada amigo tem um jeito de ser.
E que é impossível se comparar um com o outro.
Mas teu jeito é digno de nota...
E escrevo aqui, ciente que tu muito provavelmente não lerás e nem saibas que te escrevo, na esperança de dividir minha alegria de que outros também possam ler e sorrir, lembrando-se desses amigos; ler e entender, compreendendo situações ainda confusas; ler e agradecer, por ter certos amigos em suas vidas...

Tu nunca tivestes meias palavras nem falsa piedade comigo...
Tu vias em mim muito mais do que eu acreditava ser...
E muitas vezes guiada pelas tuas palavras é que encontrei forças...
Tu sabes...

Hoje, quando novamente me deixava levar pelas preocupações, pelas angústias e ansiedades, foram tuas palavras luz em meu caminho...
Palavras duras: 'tu sabes bem o que podes esperar'.
Era tudo o que eu não queria ouvir.
Era tudo o que eu precisava ouvir.
Era tudo o que muitos dos que me amam não teriam coragem de dizer.
Mas tu tens.

Escrevo aqui para registrar minha gratidão.
É difícil pensar em agradecer a quem tão friamente nos chama a realidade e a assumir a responsabilidade que nos cabe na vida.
É difícil pensar em agradecer a quem, com poucas palavras sensatas, sem grandes divagações, destrói os tênues e coloridos véus de ilusão que aparentemente nos traziam tanta alegria.
Eu sei que isso também te dói... Como preferirias me ver feliz!
E é o que me faz admirar-te ainda mais...

Ainda é difícil para mim encontrar palavras e gestos que exprimam toda gratidão por me saber envolvida em tanto amor...
Que se multipliquem mensagens e poemas e sorrisos e emails e frases de incentivo e conversas, longas ou curtas, com palavras ou com olhares, todas as preces... todas as luzes em nosso caminho...

Obrigada João!
Todo meu carinho!
Brisas!

Carla

sábado, 19 de junho de 2004

Sobre a prece

"Entretanto, certo dia, surpreendidos, perceberam que suave raio de luz, qual réstea de sol tonificante e alentadora, se projetava docemente sobre suas almas delinquentes, blasfemas. Guido de Vicênzio, aterrorizado com o acontecimento insólito, emitiu um brado de maldição e blasfêmia e fugiu espavorido, tremente, já se não sentindo prisioneiro, uma vez reconhecendo a porta aberta...

Léon, porém, deixou-se permanecer onde se encontrava, estirado sobre as lajes imundas, onde agonizara seu desgraçado gêmeo... Sentia-se exausto! Carecia, sem mais delongas, de repouso e consolo! Contudido por um acervo de dores insolúveis, inconsoláveis; (...) Aquietado, deixou que o consolativo raio de luz o envolvesse, retemperando-lhe as forças deprimidas, aplicando-lhe, na alma calcinada pelo sofrimento, sedativos benfazejos... Eis, porém, que, à sua audição exausta das algaravias das blasfêmias, dúlcidos sussurros se impuseram, quais abendiçoadas expressões de amor... e, como se transportado por visão celeste, vislumbrou indecisamente, como refletido na réstea de sol que o visitava, um vulto de religiosa a orar fervorosamente por ele próprio, à frente de um altar...

Nessa religiosa, pálida, esmaecida, envelhecida, cujos olhos tristes e apagados vertiam lágrimas lentas, que lhe inundavam as faces, reconheceu Adélia... Adélia! por cujo amor se desgraçara! Nenhum alvoroço em suas sensibilidades depois de tantas desgraças! Nenhuma súplica ou brado de revolta, ao entrevê-la!... Apenas duas lágrimas, suaves, resignadas, orvalharam seus doridos olhos espirituais:
"...e envolvei a sua alma torturada nas graças da vossa misericórdia, ó Grande e Poderoso Deus! concedendo-lhe ensejo para a salvação..." - dizia a antiga dama de Mântua, sinceramente compungida...

A pouco e pouco a imagem idolatrada se afastava, ausentando-se do circuito luminoso que o envolvia... Agora, porém, surgia Marta, a boa serva que lhe fora mãe afetuosa... Trazia uma braçada de flores, frescas e perfumosas... Viu-se, inexplicavelmente, sempre aquecido pelo doce raio de luz benfazeja, acompanhando-a lado a lado, humildemente, como nos tempos de menino..."


Tantos e tantos relatos do efeito da prece podem ser encontrados...
Esse me é muito caro, falando de Léon, um suicida... e está no livro Amor e Ódio, de Yvonne do Amaral Pereira.
Luzes e estrelas, raios vivificantes, todas as preces cruzando o espaço, encontrando, onde quer que estejam, aqueles por quem oramos...
Seja esse teu momento de estender a luz sobre alguém...

Brisas perfumadas...
Um sopro de esperança!
Raios de sol, toda luz, sobre ti!
Meu amor!

Carla

terça-feira, 15 de junho de 2004

Uma canção de retorno

Ah... lá se foram as férias...
Acenam-me de lenço branco esses dias fora da rotina,
Em que criei outra rotina!
Tantas coisas vividas...
(se não prestar atenção, acabo fazendo como o Luiz,
redação de escola... As minhas férias...)
Para não cair em tentação...
Uma canção!

Soul Parsifal
Renato Russo

Ninguém vai me dizer o que sentir,
Meu coração está desperto,
É sereno o nosso amor e santo esse lugar.
Dos tempos de tristeza, tive o tanto que era bom,
Eu tive teu veneno e o sopro leve do luar...
Porque foi calma a tempestade,
Tua lembrança, a estrela a me guiar,
Da alfazema, fiz um bordado,
Vem, meu amor, é hora de acordar...
Tenho anis, tenho hortelã,
Tenho um cesto de flores,
Eu tenho um jardim, e uma canção
Vivo feliz, tenho amor,
Eu tenho um desejo e um coração
Tenho coragem, sei quem eu sou,
Eu tenho um segredo e uma oração
Vê que a minha força é quase santa,
Como foi santo o meu penar
Pecado é provocar desejo e depois renunciar
Estive cansado, meu orgulho me deixou cansado
Meu egoísmo me deixou cansado,
Minha vaidade me deixou cansado,
Não falo pelos outros, só falo por mim...
Ninguém vai me dizer o que sentir.
Tenho jasmim, tenho hortelã
Tenho um anjo, eu tenho uma irmã
Com a saudade teci uma prece
E preparei erva-cidreira no café da manhã
Ninguém vai me dizer o que sentir
E eu vou cantar uma canção pra mim.

Brisas de esperança
Sonoras e perfumadas!

Carla

segunda-feira, 14 de junho de 2004

Para um amigo...

Eis que tu abres portas novas...
E teu sorriso se espalha por outras salas...
E amigos vêm te abraçar... tantos, tantos...
E tanta luz, e tanto amor...
Que eu também silencio...
Unindo minha voz a essas vozes silentes
Serenas, nessa doce canção, tão plena de sentimento
Nesses versos tão suaves, em acordes tão amenos
Nessa prece que pede a Deus por ti...
Que te envolva em harmonia
Que te mantenha a alegria
Que te floresça de esperança
Que te dê paz...

E em paz, sorria pra nós...



Faço minhas as palavras do Thimóteo Rosas:

"O Toshi nos impressiona a todos; basta olhar os comentários de seus posts. Ali, todos os que tiveram o privilégio e a honra de ter contato com esse rapaz, depositam o que têm de melhor, despertados em seus mais bondosos instintos, pelo carinho imenso irradiado por esse japonezinho corajoso e bem humorado, e que, mesmo no auge do sofrimento físico que a doença lhe provoca, nos deixa boquiabertos com sua singela saudação: "Oiiiiiii galerinhaaaaaaa..."

Beijos na brisa...

Carla

Sobre gritos e sussurros

Por que gritamos?
Por que sussurramos?
Nem sempre medo causa os gritos...
Nem sempre segredos originam sussurros...
Sobre esse assunto, há um ensinamento atribuído ao pensador indiano Meher Baba.


Foto daqui


Diz-se que um dia, o pensador perguntou a seus discípulos:
"Por que as pessoas gritam quando estão aborrecidas?"
"Gritamos porque perdemos a calma" disse um deles.
"Mas, por que gritar quando a outra pessoa está ao seu lado?"
"Gritamos porque desejamos que a outra pessoa nos ouça", retrucou outro discípulo.
E o mestre volta a perguntar:
"Então não é possível falar-lhe em voz baixa?"

Qual a sua resposta?

Naquela ocasião, várias outras respostas surgiram, mas nenhuma convenceu o pensador. Então ele esclareceu:
"Vocês sabem porque se grita com uma pessoa quando se está aborrecido?
O fato é que, quando duas pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito.
Para cobrir esta distância precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente.
Quanto mais aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro, através da grande distância.
Por outro lado, o que sucede quando duas pessoas estão enamoradas?
Elas não gritam. Falam suavemente. E por quê?
Porque seus corações estão muito perto.
A distância entre elas é pequena.
Às vezes estão tão próximos seus corações, que nem falam, somente sussurram.
E quando o amor é mais intenso, não necessitam sequer sussurrar, apenas se olham, e basta. Seus corações se entendem (acrescento aqui que às vezes nem olhar é preciso... só pensar um no outro, não é mesmo?)
É isso que acontece quando duas pessoas se amam."
Por fim, o pensador concluiu, dizendo:
"Quando vocês discutirem, não deixem que seus corações se afastem, não digam palavras que os distanciem mais, pois chegará um dia em que a distância será tanta que não mais encontrarão o caminho de volta".

Quando pretendemos encontrar soluções para as desavenças, falemos num tom de voz que nos permita uma aproximação cada vez maior, como a dizer para a outra pessoa: "Eu não concordo com suas idéias ou opiniões, mas isso não me faz gostar menos de você."

Beijos sussurrados na brisa...
Carla

domingo, 6 de junho de 2004

Feliz dia dos namorados!


(quadro 'Prelúdio para um beijo' de Josephine Wall)

Queridos!
Que ventura poder dividir com alguém esses segredos do coração...
Nesses dias em que todo o encantamento se espalha no ar,
Em brisas de sonho, eis meu presente
Para os apaixonados corajosos...
Escrito há um ano, para alguém especial, num momento especial...
Um momento róseo em nossas vidas...

O Noivado

Voam doces como brisas ondulantes
Ao sol sossegado de um tempo feliz
As lembranças desse dia
Em que meu irmão de alma
Revelou, quase em segredo,
Todo êxtase de seu sonho:
Noivar, casar, viver!
Como me alegro por ti...
E ainda que não desejes pompa e circunstância
Deixa-me fazer das palavras
Rendas e marzipãs
E adornar teu terno em pensamento
Com o mais belo dos cravos...
Ah! Doce felicidade da expectativa dos sonhos concretizados...
Voem leves como brisas refrescantes e perfumadas
Ao sol de esperanças desse dia
As lembranças de tua anunciação...

E para aqueles que já chegaram nos momentos verdes ou azuis (rs!)... as doces palavras de Joanna de Ângelis...

Conquistas do Amor

"O amor é sempre o responsável por tudo quanto existe.
Quando se encontra presente, resplande a beleza e se ampliam as perspectivas de felicidade em toda parte.
Quando ausente, de alguma forma, fenece a esperança, cresta-se a paisagem, a dor se instala e a amargura dilata as suas fronteiras, produzindo morbo e desolação.
Isso, porque o amor é Deus vibrando de contínuo em tudo e em todos.
O amor expressa-se através da claridade do Sol, da brisa venturosa, do silêncio ou das vozes da Natureza em festa, do sorriso da criança descuidada, da expressão de ternura do ancião, do olhar sonhador do artista, do braço forte do lutador, da aspiração do conquistador, do sacrifício do mártir, da esperança do servidor, da alegria que estua na alma de quem espera ternura e compreensão...
O amor é paciente e confiante, irradiando-se como suave luz que aquece e clarifica o caminho.
Nunca se cansa e jamais desiste. (...)
O amor nunca falha. Às vezes, tarda, para chegar sorrindo; demora-se distante, para não mais se afastar; mantém-se silencioso, para poder cantar sem cansaço a melodia da infinita ternura que possui.(...)
As conquistas do amor são infinitas e eternas, porque direcionadas por Deus.
Doa-te, pois, ao amor, especialmente àqueles que o não conhecem, tornando a Terra menos árida de sentimentos, menos rude ao desenvolvimento da alegria e sê tu quem poderá falar da felicidade de amar, mesmo que tenhas a taça do coração vazia de retribuição.(...)"

Que sejam brisas de alegria e paz
Esperança, sobre vocês, nesses dias...
Todo meu carinho!

Carla

terça-feira, 1 de junho de 2004

36 anos sem Helen Keller

Queridos!

Com muita alegria hoje lembro Helen Keller...
Para ela, carinho e gratidão...
Inspirem-se!!!



Dentre as mulheres mais notáveis do século XX, destaca-se a extraordinária Helen Keller.
Nascida em Tuscumbia, nos Estados Unidos, em 27 de junho de 1880, morreu em 01 de junho de 1968, em Connecticut.
Aos dezoito meses de idade, um mal não definido provocou-lhe cegueira e surdez. Por conseqüência, ficou muda.
Até os sete anos de idade levava uma vida puramente instintiva, condenada, segundo os padrões da época, à idiotia.
Coube à Anne Sullivan, admirável professora de vinte anos, conseguir, após indescritíveis esforços, que a menina tivesse o primeiro contato com o mundo exterior, aprendendo a distinguir seres e objetos com o toque das mãos e a ensaiar o raciocínio em relação às suas experiências táteis.
Já era muito para quem sofria tão graves limitações.
Mas Helen Keller foi além.
Embora a vida, no seu mundo sem som e sem imagem, fosse um grande desafio, ela aceitou todas as dificuldades e riscou de seu vocabulário a palavra impossível.
Primeiro aprendeu a falar, prodígio alcançado com infinita paciência e intermináveis exercícios.
Inscrita em um colégio para moças, onde a receberam com muita relutância em virtude de suas deficiências, diplomou-se com distinção, embora não pudesse ouvir as aulas, nem fazer qualquer anotação.
Helen Keller provou que o poder da vontade representa uma força quase ilimitada, ao aprender muito no campo da geografia, da álgebra, das ciências físicas, da botânica, da zoologia e da filosofia.
Escrevia em inglês e em francês, mantendo correspondência com figuras de grande projeção no mundo inteiro.
Proferiu centenas de conferências em vários países, inclusive no Brasil, e escreveu livros notáveis.
O mais extraordinário foi que ela superou os sentimentos de auto-compaixão e de crônica infelicidade que caracterizam boa parte dos espíritos quando enfrentam suas provações.
Dedicou sua vida em favor dos cegos, dos surdos e dos mudos.
Em um de seus livros, ela disse:

"Ninguém pode saber melhor do que eu o que são as amarguras dos defeitos físicos. Não é verdade que eu nunca esteja triste, mas há muito resolvi não me queixar. Mesmo o ferido de morte deve esforçar-se por viver seus dias com alegria, por amor dos outros. Eis para que serve a religião: inspirar-nos à luta até o fim, de ânimo forte e sorriso nos lábios. Uma ambição eu tenho: a de não me deixar abater. Para tanto, conto com a benção do trabalho, o conforto da amizade e a fé inabalável nos altos desígnios de Deus."

Helen Keller é o símbolo marcante do que podem realizar aqueles que compreendem que a felicidade não está subordinada à satisfação de meros desejos egoístas, mas sim, ao desejo de compreendermos o que a vida espera de nós.
Condenada a viver em um mundo silencioso e de trevas, havia claridades e sons em seu íntimo que jamais perceberemos com os sentidos físicos... Havia nela heroísmo suficiente para enfrentar as contrariedades e vencê-las, persistindo sempre no bem!

E para quem chegou até aqui, nada melhor do que desfrutar da poesia de Helen Keller.
Conseguirão fechar os olhos, os ouvidos, quedarem-se mudos e simplesmente sentir o que ela disse?
Experimentem... E aí vai só um pedacinho do poema...

"No reino do maravilhoso em que habito,
exploro a vida com minhas mãos;
reconheço as coisas e sou feliz;
meus dedos estão sempre sequiosos pela terra,
aspiram suas maravilhas com alegria,
retirando dela as mais queridas delícias;
meus pés estão carregados de murmúrios
e a palpitação de todas as coisas que crescem."

Todas os beijos na brisa!
Bons pensamentos!
Paz!

Carla